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"A alma que não se abate, que recebe indiferentemente tanto a tristeza como a alegria, vive na vida imortal."Fonte - Bhagavad-Gita

domingo, 5 de junho de 2011

Mantras

 

 

 

OLá meus amores,

 

Recebi a tradução de um cd sobre mantras de um casal muito especial,são novos alunos e amigos antigos. Minha profunda gratidão a Tânia e Sideny.

Introdução


Ninguém pode explicar completamente o mistério dos mantras. Seus sons mágicos ajudam a curar desequilíbrios físicos, relaxar a mente, sossegar as emoções e abrir o coração. Eles estimulam, ativam, motivam e rejuvenescem. Ajudam a dançar ou dormir, rir ou chorar, fazer amor ou meditar, transformam o tedioso serviço doméstico, ou o exercício pesado, em diversão. Podem ajudá-lo a esquecer ou encontrar alguém.
Esta seleção de mantras inclui os tradicionais cantos do Himalaya, orações, hinos e composições inspiradas. Embora mantendo suas origens Orientais, estes mantras foram transformados pelas vozes, instrumentos musicais, gostos e ritmos do Ocidente. Cada um tem um propósito específico e todos são oferecidos com a intenção de inspirá-lo a cantar junto, assim você pode experimentar seus benefícios pessoalmente.
O mito que acompanha cada mantra tem a função de estimular a imaginação. Não importa se você vê os mitos como símbolos da caótica vida moderna ou como estórias para crianças. Personificando a evolução humana em deuses com poderes de super-homens, mitos falam à criança mágica que existe dentro de nós. Lembre-se, você não tem que acreditar num mito para vivenciar sua verdade.
A história que segue cada mito é verdadeira. Cada uma conta uma experiência pessoal. Como um clínico eu me refiro a elas como estudos de caso. Elas são oferecidas para inspirá-lo a explorar o poder curativo dos Mantras. Nesse  mundo marcado pelas guerras estes mantras, mitos e estórias são uma oportunidade para descobrir que a verdade, assim como a paz, é pessoal.
Minha procura pela paz interior começou em Louisiana, quando eu era apenas um menino do interior que buscava conforto nos espíritos das árvores e inspiração nos mitos e contos de fadas. Quando jovem, sobrevivi à educação Ocidental mantendo minha atração pelo Oriente. Inspirado pela autobiografia de Paramahansa Yogananda, eu procurei um professor e encontrei Adano Ley, um enigmático curandeiro que parecia saber tudo, e Sant Keshavadas, um radiante guru índio que transbordava carinho e sabedoria. Suas histórias mágicas despertaram sentimentos que eu não experimentava desde me sentir encantado pelas fadas e embalado pelas árvores, e os mantras que eles me ensinaram mudaram minha vida. Por exemplo, quando eu estava em uma crise financeira, Keshavadas me ensinou um mantra para obter uma riqueza nobre. Eu cantei o mantra com todo o meu coração, o que causou uma transformação milagrosa, liquidou minhas dívidas, e levou-me a uma peregrinação para a Índia, o que confirmou minhas mais selvagens, excêntricas e santas intuições. Quando eu percebi que precisava de uma companheira, Keshavadas deu-me um mantra que eu cantei até encontrar a parceira de minha vida.
Agora minha amada e eu usamos mantras para melhorar a qualidade de nossa vida em comum e como uma ferramenta psicológica em Seminários pela Paz Interior, cinco inesquecíveis e terapêuticos dias e noites nos quais os indivíduos vivem em comunidade, fazem novos amigos, aprendem métodos práticos para melhorar a qualidade de sua saúde físico-mental-emocional, passam um tempo maravilhoso, e experimentam a paz interior.  Durante mais de dez anos eu tive o privilégio de inspirar pessoas de diversas culturas e origens, independente de convicções religiosas ou talentos musicais, a descobrir por si mesmas o poder, a beleza, a glória, a diversão... e a magia dos mantras.
Onde quer que você cante estes mantras, por diversão e relaxamento, ou para ajuda e cura, em meu nome, e dos muitos anjos que ajudaram a criar estas gravações, lhe desejo saúde, felicidade, e paz interior.


Quase tudo o que você queria saber sobre mantras


Como usar os mantras para reduzir a tensão ou se divertir: cante para fora, alto, com o peito cheio e de todo o coração. Quando você canta acompanhando estas gravações (especialmente em um grupo), você sente o efeito total de produzir, ouvir e sentir as vibrações. Pense nestas gravações como seu próprio grupo de canto, e encoraje seus amigos a unir-se a ele. Experimente, improvise e mantenha seu senso de humor.


Como usar os mantras para uma ajuda prática:

Para curar um distúrbio, se desenvolver em uma área específica, ou realizar um desejo, considere estas sugestões.
1.      Selecione um mantra adequado ao propósito desejado.
2.      Assuma o compromisso de cantar o mantra diariamente. Nota: cento e oito repetições ininterruptas a cada dia durante quarenta dias manterão a vibração do mantra no corpo físico e darão um tremendo efeito estabilizador durante os altos e baixos da vida (desculpe, mas se você perder um dia terá que recomeçar desde o início). Não se preocupe, você não perde nada, a não ser sua ansiedade.
3.      É agradável criar uma pequena cerimônia para você, ou seu grupo, executar antes de começar a cantar: acenda uma vela ou um incenso; diga uma oração de sua escolha; reconheça os elementos (terra, água, fogo e ar); tome um banho ou lave suas mãos e pés.
4.      Aspire profundamente algumas vezes antes de começar. Exercite sua língua emitindo alguns sons para descarregar emoções. Faça alguns alongamentos.
5.      Enquanto cantar mantenha sua espinha ereta. Direcione a vibração para o centro das sobrancelhas ou sinta-a em seu coração. Deixe os sons encherem sua barriga e tórax, bem como sua cabeça. Devoção intensa é a chave que traz resultados.
6.      Procure cantar na mesma hora todos os dias (antes do amanhecer e ao pôr-do-sol são horários especialmente poderosos). Tente cantar em lugares que você julga possuir muita energia (por exemplo: um rio, uma montanha, etc.).
7.      Mantenha intenções puras.


Como os mantras curam:

Sons inspirados criam pensamentos, sentimentos e ações inspirados. Há ainda muito a aprender sobre como sons originados de um estado inspirado de consciência podem elevar a própria consciência. Estimulando os centros nervosos do palato e do crânio, os mantras produzem mudanças eletro-químicas benéficas por todo o corpo. Eles vibram suas mensagens diretamente no sistema nervoso. A sensação resultante de paz e bem-estar é inegável. Embora, devido à simplicidade, o termo mantra seja usado ao longo do texto, estas seleções são conhecidas tecnicamente como mantras kirtans porque têm um acompanhamento musical completo. A arte e ciência de combinar sons inspirados com música vibrante depende de nove elementos.

1.      Sussurro: o tom básico, ininterrupto, no qual todos os elementos musicais repousam. Esta constância cria um sentimento de segurança e penetra profundamente no corpo físico. Na maioria destes mantras kirtans há um sussurro audível. Mas, audível ou não, você pode descobrir o tom básico por si mesmo.
2.      Repetição: lhe permite ficar tão familiar com o som que você relaxa e fica receptivo à cura. Repetir um mantra sem parar mantém o foco da mente e a cura é espontânea. Com bastante repetição o mantra começa a cantar em seu coração. Então, ele vem a você tanto em momentos de angústia como em momentos de paz.
3.      Harmônicas: ocorrem naturalmente como uma escada tonal sobre o sussurro. Elas sincronizam seus campos de energia sutis (emocional-mental-espiritual) com seu corpo físico. É interessante fazer a harmônica sobre o tom básico, e segurar o tom durante todo o mantra.
4.      Ritmo: afeta os ritmos do corpo (batimentos cardíacos, ciclo da respiração, atividade elétrica do cérebro, etc.). A maioria destes mantras kirtans são ritmicamente afinados para despertar a consciência relaxada. Eles estabilizam os ritmos do corpo sem faze-lo dormir, e podem ser sincronizados facilmente com atividades como serviço doméstico, dirigir ou dançar.
5.      Harmonia: afeta as emoções. Isto é verdadeiro para harmonias instrumentais e vocais. Com a harmonia mínima suas emoções ficam mais quietas; você pode até mesmo dormir.  Com a harmonia máxima suas emoções são ativadas; você pode até mesmo ficar super excitado. Estes mantras buscam um equilíbrio emocional vibrante que ajuda a manter a geometria molecular equilibrada nos órgãos doentes. Brinque com estas harmonias e receba em seu ser os seus sons curativos.
6.      Melodia:  é o elemento mais importante para o controle da mente. Pode manter a mente tão concentrada que um minuto de exercício difícil parece apenas alguns segundos. Concentre-se em uma melodia e você transformará doença em um processo curativo.
7.      Instrumentos: cada um tem um efeito único em nós. Você não tem que ser um músico treinado para gostar de tocar tambores, tamborins, chocalhos, maracas, etc. É muito gostoso tocá-los junto com estes mantras, ou fazer sua própria música para cantar com um grupo.
8.      Forma: é o padrão de tempo e volume que determina o ritmo. Estes mantras geralmente criam intensidade atingindo escalas altas e lentamente reduzindo o ritmo e suavizando. Esta forma cíclica é ideal para a cura.
9.      Intenção: é, sem dúvida, o elemento de cura mais importante de todos. Cobiça, egoísmo, vingança, etc., não funcionam com estes mantras. Se sua intenção inclui o bem maior para todos (incluindo você, claro) você pode ter certeza de que o universo irá apoiá-lo.

Para resumir, reflita com base na seguinte história: Era uma vez, um professor de mantras que viajou para uma ilha distante onde ele passou a ensinar três estudantes cheios de boa vontade, porém com dificuldade para aprender. Como após muitos meses os estudantes ainda cantassem incorretamente, o professor caiu em desespero e resolveu abandoná-los. Os estudantes perseguiram seu barco implorando pela sua tolerância. Eles tinham as intenções tão puras e os corações tão abertos que corriam sobre as águas. Sentindo-se humilhado e envergonhado, o professor curvou-se diante deles dizendo:  “Vão em paz, Grandes Santos. Vocês já conhecem uma verdade muito mais profunda da que eu sou capaz de ensinar.”


Os Mantras



1.1 Para paz com a mãe

JAYA JAYA DEVI MATA
NAMAHA

Propósito: Honrar a Deusa que é a fonte de toda a vida. Este canto significa, “Deusa Mãe, Aleluia.”

Mitologia: No princípio a Grande Deusa deitou-se com o Seu Amado e, desta união, Ela concebeu todo o universo. Saíram da Divina Mãe os trovões, as estrelas, as galáxias, os planetas e suas luas. “Querido Deva,” Ela disse, “eu criei um universo de seres vivos de infinitos nomes e formas.” Dizendo isso a Deusa Mãe, Devi Mata, aconchegou-se a Seu Amado e sorriu com satisfação.

Comentário: Trinta e cinco mil anos atrás, quando as temperaturas começaram a baixar e grandes placas de gelo deslizaram lentamente para o sul, nossos antepassados foram guiados por xamãs e sacerdotisas que lhes ensinaram os mistérios da Deusa. A Grande Mãe, a Luz do Mundo, a mais antiga e amplamente venerada divindade da história humana, foi adorada por toda a cultura hindu-européia durante milênios antes da ascensão dos cultos patriarcais. Ela era Astarte na Fenícia, Ishtar na Babilônia, Kali na Índia, Gaia na Grécia. Os Saxões chamavam-na Ostara, os escandinavos Freya, os egípcios Isis. Ela foi virgem, noiva, mãe, prostituta, bruxa e anciã, tudo em uma só.
Homens selvagens e apaixonados foram seus filhos dedicados. Os homens sábios tinham ilimitados papéis para desempenhar perante ela: pretendente, consorte, criado, etc. A Sabedoria da Deusa ensina que todas as mulheres encarnam a Divina Mãe, mas só os homens notáveis se tornam gigantes espirituais. A razão de haverem tão poucas mulheres famosas entre os professores espirituais pode ser porque os homens ainda estão buscando uma explicação, e as mulheres já encontraram? Afortunadamente, a Deusa está sendo redescoberta hoje, para o imenso benefício de homens e mulheres.

História Verdadeira: Quando minha mãe se aproximou do fim da vida, eu quis manter um contato emocional mais intenso, mas me encontrei sete mil quilômetros aquém dela, lutando para aceitar os intensos sentimentos que queimavam em meu coração. Vendo a sombra triste e silenciosa da mulher que me deu a vida retornando à Mãe de todos, lágrimas começaram a fluir junto com um mantra que eu nunca tinha ouvido antes. Minha dor se dissolveu assim que eu cantei. Minha mãe deixou este mundo durante a mais espetacular tempestade de raios que eu já vi. Mamãe sempre soube fazer uma grande saída.



1.2 Para liberar as inibições sexuais

PANDURANGA HARI
MUKUNDA MURARI
PANDURANGA PANDURANGA
PANDURANGA HARI
PANDURANGA HARI JAI JAI
PANDURANGA HARI
PANDURANGA PANDURANGA
PANDURANGA HARI

Propósito: Este mantra coloca você em contato com a mais pura luz interior. Traz liberação integrando sexualidade e espiritualidade. Você pode ser sensual e santo também. Significa, “Panduranga, Luz Branca, Libertador e Destruidor dos Demônios, Aleluia.”

Mitologia: Savata era um simples jardineiro. Um dia todos em sua aldeia foram assistir a um grande festival religioso e deixaram Savata para regar as plantas e cuidar das flores. Ele rezou, “Panduranga, Luz Divina, eu quero vê-lo. Como eu não posso ir ao festival, por favor venha a mim.” Savata dançou e cantou o nome de Panduranga com tal devoção que o Senhor apareceu em seu coração... e, de repente, desapareceu. Savata ficou confuso, abriu os olhos e viu o Senhor diante de si. Quando Savata se curvou, Panduranga disse, “Não há tempo para cerimônias! Há ladrões à minha procura. Eles querem me sequestrar. Há algum lugar em que eu possa me esconder?”
Savata ficou chocado. “Senhor, todo o cosmo está dentro de Ti. Infinitas galáxias aparecem e desaparecem a um piscar de seus olhos. Que tipo de brincadeira é esta, Divino Panduranga?”
O Senhor respondeu, “Não há tempo para filosofar. Dois ladrões estão tentando me capturar! Por favor esconda-me imediatamente.”
O jardineiro ficou em tal êxtase que tudo que ele dizia era, “Senhor, eu o esconderei em meu próprio coração,” e utilizando a foice do jardim, abriu seu peito e escondeu Panduranga dentro.
Com o Senhor em seu coração, Savata dançou num transe extasiante até Panduranga pedir para sair. “Não há mais perigo. Pode me deixar sair.”
Savata disse, “Senhor, não brinque mais comigo. Você veio a mim, Você que é tão difícil de alcançar, entrou em meu coração. Eu nunca O deixarei sair!”
“O que será de meus outros devotos?” perguntou o Senhor.
“Amado Deus, Você é todo-poderoso. Você pode aparecer em meu coração e em todos os outros lugares ao mesmo tempo. Você não é limitado a apenas um lugar.”
“Você está certo, Savata,” disse Panduranga. “Obrigado por me lembrar.” Assim, o Infinito Senhor Panduranga aparecia a qualquer momento que fosse chamado por um devoto sincero, e permaneceu entesourado no coração de Savata, o jardineiro.

Comentário: O coração é o único templo que pode segurar Deus. O amor sincero comanda a presença Divina. Há cinco mil anos atrás, a alma da sabedoria oriental começou a enfraquecer à medida que a era escura de Kali Yuga avançava. Como o Krishna se preparava para deixar esta terra, um grande devoto perguntou como as almas sinceras se sustentariam em épocas tão turbulentas. Krishna respondeu que Kali Yuga estava cheia de más influências, mas havia uma grande característica redentora: simplesmente cantando o Nome Santo a pessoa atingia a liberação. Como alopatia ou homeopatia, Mahatma Gandhi usou o termo nomepatia, ou terapia do nome, para descrever o método de cura pelo Nome Santo. O “demônio” de Kali Yuga separa sexualidade de espiritualidade. Isto resultou na atitude Judeu-Cristã de repressão sexual, como também na atual promiscuidade sexual e na indiferença que a acompanha. Na verdade, o amor fornece o néctar para a sexualidade e a espiritualidade.

História Verdadeira: Um jovem homem com altas aspirações espirituais sentiu-se sabotado pela sua sexualidade. Cada vez que ele começava uma intensa atividade espiritual e se envolvia em uma relação sexual, se sentia culpado. Em um seminário ele liberou toda a raiva e dor que ele associava à sexualidade e, então, cantou este mantra com o grupo. Seu rosto começou a arder e ele ria e chorava ao mesmo tempo. Depois, ele explicou que se sentiu tão extasiado que começou a chorar, e então passou a rir quando notou que havia tido uma ereção. Aquela noite ele cantou uma canção com o seguinte refrão, “Eu sou um sujeito sensual e santo ao mesmo tempo.”



1.3 Para se comunicar com os espíritos
RADHA SOAMI DEVA DEVI
RADHA SOAMI SAT NAM

Propósito: Comunicar-se com o mundo espiritual em todos os níveis, inclusive com as inteligências que governam as forças de natureza; os espíritos dos minerais, plantas, e animais; anjos e arcanjos; e as expressões mais sutis do próprio Deus/Deusa Universal. Este texto significa, “Saudações, Espírito de Luz, seu Nome é Verdade.”

Mitologia: Era uma vez um inocente cachorrinho que estava cochilando ao lado de uma estrada. Um padre passou por ele e, sem nenhuma razão, bateu em sua cabeça com uma bengala. O pobre animal, sangrando e chocado, se arrastou até o tribunal de justiça para reclamar com o rei. Quando o Rei Rama veio ao tribunal, o cachorro disse, “Meu Senhor, hoje, enquanto eu descansava ao lado da estrada, um padre bateu em minha cabeça sem nenhum motivo. É sabido que a justiça impera em seu reino. Assim sendo, por favor, castigue o padre pelo que ele me fez.”
Com grande compaixão e respeito pelo que o cachorro tinha dito, Rama enviou mensageiros para buscar o padre. O padre entrou no tribunal e admitiu seu crime. Rama perguntou para o cachorro qual castigo ele achava justo, e o cachorro respondeu, “Faça com que ele seja o sumo sacerdote de um grande monastério. Este é um castigo apropriado.”
Todos ficaram surpresos com a sugestão do cachorro, e Rama pediu-lhe para explicar. O cachorro disse, “Meu Senhor, em minha vida passada, eu fui o sumo sacerdote de um grande monastério. Aquele poder me corrompeu. Eu enganei pessoas honradas e abusei dos meus poderes. Por causa disto eu renasci como cachorro nesta vida. Se você fizer deste homem um sumo sacerdote, seguramente ele fará o que eu fiz e renascerá como um cachorro. Então outra pessoa baterá em sua cabeça. Não é uma punição justa?”
Ouvindo as palavras do cachorro, todos riram. O padre implorou perdão. O cachorro e Rama o perdoaram, e Rama curou o cachorro. Esta experiência abriu seus corações, e  ambos entraram no Reino dos Céus.

Comentário: Sabedoria não é propriedade exclusiva dos seres humanos. Nós somos apenas uma entre as incontáveis formas de vida inteligente. Quando as pessoas ganham poder e posição na vida, a representação dos papéis sociais fazem-nas frequentemente perder contato com sua essência. Elas vivem confusas e nervosas. Os animais e plantas são mais próximos de sua essência e a simplicidade de sua inocente alegria faz deles grandes professores.

História Verdadeira: Uma noite, eu caminhava só pela praia e notei que o oceano ficava cada vez mais luminoso. A luz brilhava tanto dentro da água quanto nas ondas. Era minha primeira experiência com um fenômeno raro e mágico causado por algas fosforescentes.  Completamente encantado, eu continuei caminhando até a beira do mar. De repente eu senti uma onda de medo. Formas luminosas dançavam em cima das ondas, vindo para a orla. Eu esfreguei meus olhos, mas as figuras continuavam dançando. Elas escarneceram de mim e  me ameaçaram. Eu comecei a cantar um mantra para proteção, na esperança de subjugar estes assustadores espíritos da água. Não funcionou. Então eu percebi o quanto egoísta eu estava sendo, tentando determinar como os espíritos da água deveriam agir. Eu respirei fundo, sentindo respeito e gratidão por ser testemunha daquela surpreendente exibição e  comecei a cantar amorosamente aos espíritos. A mudança foi imediata. As formas dançantes entraram no ritmo da minha canção. Meu medo desapareceu.
Desde aquela noite este mantra tem sido usado para dar boas-vindas aos espíritos, ao redor de fogueiras em acampamentos juntos da natureza. Sua energia amorosa e jovial atrai os mais agradáveis espíritos e tira toda a negatividade sem o menor esforço.




1.4 Para consciência masculina radiante
HARI OM SHIVA OM
SHIVA OM HARI OM
HARI SHIVA
SHIVA HARI OM

Propósito: Para adquirir confiança no Deus que existe no interior de todo homem, e irradiar isso para o mundo.  Significa, “Shiva, ilumine minha consciência.”

Mitologia: Há muito tempo, o Senhor Shiva, Rei dos Iogues fez as montanhas do Himalaya tremer, saltando de um cume a outro. Shiva tinha pressa de chegar em casa, ansioso por se  reunir com sua adorável esposa Parvati. Com seu longo cabelo solto e usando uma pele de antílope de veludo negro, ele chegou a seu palácio. Imediatamente, ele percebeu que algo estava errado. Um enorme rapaz bloqueava o portão segurando uma lança de madeira.
O rapaz disse, “Você não pode entrar sem a permissão de minha mãe. Espere até que Ela termine o seu banho.”
Como Shiva sabia que os demônios enganadores podiam assumir qualquer forma e o quanto seus poderes mágicos eram perigosos, ele desafiou o rapaz, “Quem é você?  Se você não sabe, eu sou Shiva, o Senhor do Universo. Eu sou o marido de Parvati e esta é minha casa. Como você ousa me proibir de entrar?” Dizendo isso, Shiva avançou e foi atacado pelo rapaz, que o golpeou várias vezes com sua lança. Shiva ficou furioso e chamou seus guerreiros.
O rapaz nem se mexeu quando os guerreiros lhe disseram para partir. A um comando de Shiva, eles avançaram gritando e brandindo suas armas. Mas o rapaz os esmagou, lutando tão ferozmente que milhares dos guerreiros de Shiva saíram mancando, com braços quebrados, dentes esmagados, e joelhos fraturados. Brahma, o criador de todos os deuses, correu para ajudar Shiva. Nisso, uma figura horrível apareceu ao lado do rapaz abrindo uma boca tão larga quanto uma caverna. Ela comeu todas armas que os deuses usaram, e o rapaz esmagou a todos. Surrados e respirando com dificuldade, os guerreiros voltaram a Shiva em desânimo.
O terceiro olho de Shiva brilhava como um raio quando ele ergueu seu tridente. Como uma serpente, o rapaz golpeou sua mão e derrubou o tridente no solo. Shiva pegou seu grande arco e novamente o rapaz o derrubou. Shiva criou cinco cabeças e dez braços, mas ainda assim o rapaz estava ganhando. Com a permissão de Shiva, o Senhor Vishnu criou nuvens de ilusão e distraiu o rapaz pelo tempo suficiente para que o tridente de Shiva arrancasse sua cabeça.
Nem bem a cabeça havia desaparecido, Parvati correu para Shiva chorando amargamente, “Meu Deus, você matou Meu filho! Meu filho está morto!”
Shiva ficou chocado ao descobrir que aquele rapaz era de fato um filho criado por Parvati na sua ausência, e implorou o perdão dela. Parvati concordou em perdoá-lo contanto que o rapaz recuperasse a vida, e a ele fosse dado o primeiro lugar no céu e na terra.
Shiva concordou. Ele cortou a cabeça de um elefante adormecido e, imediatamente, a colocou no corpo do rapaz. Ele borrifou o corpo com água e devolveu-lhe a vida.
Shiva e Parvati abençoaram seu filho e nomearam-no Ganesha, o removedor de todos os obstáculos. Todo o mundo celebrou, e o radiante Shiva e a deslumbrante Parvati voltaram ao palácio para o seu tão esperado reencontro.

Comentário: Há uma profunda mensagem para os homens nesta história, a qual esclarece muitas das limitações impostas pelo mito de Édipo como um paradigma para o desenvolvimento masculino: o menino se identifica com a mãe até o que o pai corte o laço, de forma a permitir que o filho tome o seu lugar como líder da próxima geração.
Nesta história de Shiva Puraana nós somos todos como Ganesha: feitos pela Mãe (frequentemente sem a ajuda de um pai), e com um dever que nós executamos com o melhor de nossas habilidades. A transcendental consciência de Shiva tem o poder de cortar nosso ego e matar os demônios que existem em cada um de nós, de forma que nós possamos ser preenchidos de luz.
Este antigo mito surge das profundezas da pré-história e descreve o mais antigo deus homem, Shiva, protegendo sua esposa e casa, e iniciando seu filho na vida adulta. As qualidades de Shiva são exemplarmente masculinas e divinas: Ele é dedicado à sua esposa, respeita o adversário, só usa seus poderes pelo bem mais alto, prontamente se desculpa, e rapidamente repara qualquer dano que tenha causado.
Shiva não é identificado apenas como o personagem divino desta história, mas com o próprio pênis ereto. O pênis é a imagem sagrada fundamental do ser masculino. Em nosso louco mundo moderno onde a violência contra as mulheres continua crescendo, é sempre importante notar que enquanto a energia primitiva do pênis está totalmente além do controle do ego e do superego, o comportamento fálico pode, e certamente deve, ser guiado pelos princípios mais altos de ação íntegra (dharma).  Shiva não faria isso de outra maneira.

História Verdadeira: Após um longo dia reunido com um grupo de homens com o objetivo de nos aprofundar em assuntos relacionados à masculinidade através da convivência e do canto, nossa sessão chegou ao fim. Nós estávamos nos sentindo maravilhosos. Assim que estávamos saindo, um grupo de mulheres que se encontrava no mesmo edifício começou a dançar ao pé da escada usando fantasias e máscaras extravagantes. Vendo as mulheres, os homens ficaram maravilhados e um pouco chocados. Normalmente, quando grupos de homens e de mulheres se reúnem separadamente, há tensão quando eles se encontram. Esta vez foi diferente. Os homens começaram a cantar HARI OM SHIVA OM enquanto as mulheres dançavam. Depois de alguns minutos as mulheres nos convidaram para nos unir a elas. O canto aumentava de energia à medida que nós dançávamos. Todos dançaram espontaneamente: com parceiros, a sós, e, às vezes, como um grupo de homens ou um grupo de mulheres. À medida que o canto e a dança tornavam-se mais e mais selvagens o ar se enchia de harmonia, respeito e de uma alegria espontânea. Ninguém queria ir embora. Nós, homens, sentimo-nos mais confiantes. Nós descobrimos que éramos extremamente desejáveis para as mulheres. E, o mais importante, todos compreendemos o significado da energia masculina radiante.



1.5 Para verdade, luz e imortalidade

OM ASATOMA SADGAMAYA
TAMASOMA JYOTIRGAMAYA.
MRITYORMA AMRITAMGA-MAYA

Propósito: Este mantra ajuda nas principais transições da alma: na passagem desta para a outra vida; para dar boas-vindas a um bebê recém-nascido; para começar uma nova fase na vida. Significa, “Guie-nos da mentira para a verdade, da escuridão para a luz, da morte para a imortalidade.”

Mitologia: Quando um menino de doze anos de idade chamado Kashi quis saber o que o futuro lhe reservava, ele perguntou para o seu professor Paramahansa Yogananda. “Você  logo estará morto,” foi a chocante resposta que saiu dos lábios de Yogananda.
Vários dias depois Kashi veio ao quarto de Yogananda soluçando, “Se eu morrer, você promete me encontrar quando eu renascer, e me conduzir novamente para o caminho espiritual?”
Yogananda ficou relutante em aceitar tão difícil responsabilidade, mas como Kashi era muito insistente concordou e disse, “Se o Pai Divino me ajudar, eu tentarei achar você?” Esperançoso que as vibrações espirituais da escola protegessem Kashi, Yogananda o instruiu, “Vou fazer uma viagem curta. Você deve permanecer aqui enquanto eu estiver fora.” Entretanto, assim que Yogananda saiu, o pai de Kashi veio para levá-lo para casa.  Kashi se recusou a ir mas, como seu pai ameaçou chamar a polícia, Kashi foi com ele na esperança de proteger a escola. Quando Yogananda finalmente voltou, ele descobriu que o estudante tinha sido forçado a partir. Ele foi imediatamente para a casa do menino, mas já era muito tarde. Kashi havia ingerido comida contaminada, contraído cólera e morrido.
O amor de Yogananda por Kashi e o pedido que ele havia feito o deixaram comovido. Ele transmitiu amor para a alma de Kashi e tentou intuir onde ele reencarnaria. Aproximadamente seis meses depois de sua morte, andando por um bairro populoso de Calcutá, Yogananda ouvi um sussurro de criança, “Eu sou Kashi, eu sou Kashi, venha a mim!” Cada vez mais excitado, ele rodava pela multidão, para espanto dos passantes. Destemido, Yogananda continuou até sentir que poderia seguir suas sensações, as quais o conduziram diretamente para uma casa. Ele bateu na porta sem imaginar o que iria acontecer.
“Por favor, ele perguntou para o homem que atendeu à porta, o senhor e sua esposa estão esperando uma criança para daqui a uns seis meses?”
O homem, olhando para o tradicional manto ocre que Yogananda vestia, perguntou como ele sabia dos assuntos particulares de sua família.
Yogananda lhe contou a história de Kashi, a promessa de procurar sua alma na próxima vida, e descreveu como a criança pareceria. O homem, atônito, acreditou na estória. A criança nasceu como Yogananda havia predito e seus pais lhe deram o nome de Kashi.

Comentário: A sabedoria do Himalaia ensina que a alma migra por diferentes níveis de realidade depois da morte do corpo físico. A alma visita primeiro os mais refinados estados. A capacidade de sintonizar a estados sutis de consciência determina quanto tempo a alma fica na luz, qual a rapidez com que ela desce aos níveis mais baixos, reinos de fantasmas e duendes, e como-quando-onde ela voltará ao mundo físico para renascimento. Embora muitas almas permaneçam no mundo astral por centenas de anos, não há nenhuma regra rígida sobre a duração de tempo entre encarnações. Geralmente o tempo vidido em estados físicos ou astrais é determinado carmicamente. Este poderoso mantra destrói o carma e guia a alma para a verdade, luz e imortalidade.

História Verdadeira: Uns dias antes do seu casamento, um amigo meu perdeu o controle do automóvel e sofreu um acidente, no qual sua noiva morreu. Ele ficou arrasado, deprimido e pensando em suicídio. Na esperança de consolá-lo, enviei-lhe uma fita com este mantra e expliquei-lhe que isto enviaria energia amorosa para a sua amada e ajudaria a curar o seu coração. Ele cantou diariamente durante um mês. E isto tornou-se um ritual no qual ele podia se conectar com ela. Depois de um certo tempo ele percebeu que ela estava no caminho da luz. Além disso, ele soube que ela estava guiando-o e encorajando-o a sobreviver. Meu amigo me explicou que este mantra diário lhe trouxe luz e lhe ajudou a reestruturar sua vida.



1.6 Curar relações entre pais e filhos
GOPALA GOPALA
DEVAKINANDANA GOPALA (2x)
DEVAKINANDANA GOPALA (2x)

Propósito: Despertar a energia amorosa entre pais e filhos. Embora a tradução deste texto seja literalmente “Gopala, filho de Devaki,” ele celebra o laço universal entre pais e filhos.

Mitologia: Gopala Krishna era uma criança brincalhona que adorava comer a manteiga que sua mãe, Devaki, preparava. Gopala era Vishnu, o Senhor do Infinito, encarnado como um pequeno e amável menino, com uma aparentemente infinita atração por brincadeiras... e manteiga. Uma vez, quando Devaki tinha preparado muita manteiga, ela advertiu Gopala para não come-la. Mas, enquanto ela estava fora, Gopala comeu tudo. Quando Devaki voltou, ela encontrou uma criança engordurada e adormecida, com um fio de manteiga a escorrer pelas bochechas. Devaki inchou de raiva, e começou a abrir a boca do menino. Mas Gopala não estava dormindo. Quando sua mãe olhou em sua boca, Ele revelou sua forma divina. O que ela viu dentro de sua boca foram sistemas solares do espaço longínquo, e galáxias nascendo e morrendo acima da infinidade do tempo. Com a cabeça girando, Devaki caiu de costas quando Gopala abriu sua boca em um sorriso, novamente como apenas um menino.

Comentário: Quando nós vemos a santidade de nossas crianças, nós nos tornamos pais divinos e nossa negatividade e impaciência são substituídas por uma perspectiva cósmica.

História Verdadeira: Uma jovem mãe veio a um seminário com sua filha de quatro anos. A mulher estava descontrolada, irritada e deprimida. A criança se lamentava e exigia uma atenção demasiada. Durante uma sessão terapêutica, a mulher confessou que de vez em quando batia na criança. Depois de botar sua raiva e culpa para fora, ela assumiu o compromisso de nunca mais bater na filha. Enquanto o grupo cantava GOPALA a jovem mãe se permitiu chorar. A menina e sua mãe aprenderam o canto depressa. Mesmo depois do seminário elas cantavam sempre que se sentiam ansiosas, com raiva ou frustradas. A criança ficou menos exigente, as violências da mãe pararam, e elas começaram a desfrutar uma à outra.




1.7 Para sabedoria, riqueza, e proteção
OM EIM HREEM KLEEM
CHAMUNDAYAT VICHHE
NAMAHA

Propósito: Para uma sabedoria criativa, uma riqueza nobre, proteção e paz. Este mantra, inacreditavelmente poderoso, combina as sílabas tônicas (bija mantra) dos três aspectos da Grande Deusa. Significa, “Saudações para Saraswathi-Mahalakshmi-Durga que matam os demônios da dualidade.”
EIM é pelo poder de Saraswathi, a sabedoria criativa. A Deusa Saraswathi irradia luz branca, se senta em uma flor de lótus branca, carrega um instrumento de cordas (vina) e canta com uma voz humana. Esbelta e delicada, Ela é enfeitada com guirlandas brancas como a neve, e se veste com uma bata do mais puro branco. Ela é adorada por todos os deuses como removedora da preguiça e incentivadora da criatividade.
HREEM é pelo poder de Mahalakshmi, a riqueza abundante. A Deusa Mahalakshmi, com uma luz dourada emanando do seu corpo, caminha através de um oceano de leite, com flores de lótus florescendo debaixo de seus pés e gotas de ouro saindo de seus dedos. Vestida em ocre dourado, de quadris largos e seios fartos, Ela é a rainha do céu, a Mãe dos três mundos, a luz e a fonte do universo. Ela remove a pobreza e dá a riqueza.
KLEEM é pelo poder de Durga, a proteção e destruição do mal. Durga Devi, com seus três olhos flamejando como um raio ao seu redor, está sentada em um leão, o senhor dos animais. Ela é servida por donzelas armadas, e o seu semblante é atemorizante. Ela tem nas mãos um disco, uma concha, vinho, arco e flechas. Usando a lua em sua coroa, Ela está brilhando como fogo. Ela afasta o perigo e dá proteção.

Mitologia: Na antigüidade, Mahalakshmi estabeleceu a paz entre o céu e a terra destruindo uma praga de demônios. Este reinado de paz e justiça durou até que um novo período de incertezas causasse guerra novamente. Finalmente, quando dois irmãos demônios assumiram o trono dos céus, o devas rezaram novamente à Mãe Universal pedindo ajuda.
A Divina Saraswathi apareceu no topo da Montanha do Himalaia, adorável e encantadora, com uma luz branca brilhando ao seu redor. Quando os demônios generais Chanda e Munda A viram eles informaram a seus chefes, “Meus Senhores, hoje nós vimos uma mulher que é a própria beleza. Você pode ter todas riquezas do mundo, mas sem Ela você não tem nada.” Os demônios decidiram que eles teriam que tê-la. Os generais foram para Devi e Lhe pediram que se casasse com o rei dos demônios.
Rindo de sua ignorância, a Deusa disse, “Oh, chefe, é maravilhoso ouvir esta mensagem dos seus Senhores, mas eu sou uma mulher teimosa que jurou que só aquele que me conquistasse em uma batalha seria Meu marido. Então, deixe que seus Senhores venham a mim com seus exércitos e que me vençam. Fale para seus reis que eu mal posso esperar!” Os demônios enviaram suas tropas e a Deusa continuou provocando-os até que o general a atacasse. Então, Ela emitiu um som profundo, “HUM” (HOOM), e um fogo emergiu de seu corpo, reduzindo-o a cinzas. Quando o exército atacou, o leão da Deusa matou todos os demônios. Então, a Divina Deusa calmamente se retirou para o cume da montanha.
Quando, enfim, Chanda e Munda atacaram com todo seu poderio militar, Devi ficou realmente zangada e se transformou em Durga a destruidora. Ela ficou com uma aparência terrível e assumiu a forma horrorosa de Kali. Com crânios pendurados ao redor do pescoço e uma pele de tigre cobrindo seu corpo, Ela estirou sua língua sedenta de sangue de demônio. Rugindo como um trovão, com os olhos vermelhos de raiva, Devi matou os demônios e brincou com suas cabeças cortadas. Embora Ela absorvesse todas as montanhas e flechas lançadas a si, os demônios nunca perceberam que Ela era a própria Energia Vital. Quando a grande lança de Devi finalmente acabou com a vida do mais feroz dos demônios, os anjos cantaram de alegria. A Mãe Universal os abençoou dizendo, “Onde quer que Minhas glórias sejam cantadas, lá eu aparecerei trazendo paz e prosperidade.”

Comentário: A Deusa sofre uma profunda transformação física à medida que Ela expressa os suas diferentes faces: inteligência inspirada e bem-humorada, poder abundante inesgotável, capacidade para destruir o mal, e uma benevolência jovial aliada à devoção sincera. Embora a terrível Durga seja mais difícil de amar do que a inspiradora Saraswathi ou a provedora Mahalakshmi, as bênçãos dela são imensuráveis. Este é um grande segredo em relacionamentos com as mulheres: a deusa vingativa ataca o ego para proteger a própria divindade. Ela é igual à leoa: os mesmos dentes que rasgam sua presa, dão beliscões de amor no companheiro e erguem os filhotes sem um arranhão.

História Verdadeira: Um homem de meia-idade se aposentou de uma próspera carreira nos negócios e se iniciou nos estudos da cultura indígena de maneira a desenvolver seu próprio ser interior. Mas ele se sentia só e afastado de sua esposa, depois de vinte e cinco anos de casado. A procura pela felicidade e sabedoria finalmente o trouxe para um Seminário pela Paz Interior. Ele adorou cantar e conhecer as histórias por trás dos mantras. Uma manhã, enquanto cantava OM EIM HREEM KLEEM CHAMUNDAYAI VICHHE NAMAHA, ele começou a chorar. Depois, ele contou que durante o mantra viu sua esposa brilhando com todas as qualidades da Deusa. Ele chorou de alegria porque percebeu que depois de vasculhar o mundo, o que ele estava procurando estava em sua casa. Ele chamou sua esposa para explicar-lhe a revelação que ele tinha tido e, a partir daquele dia, eles passaram a desenvolver uma relação satisfatória.




1.8 Para harmonizar a energia masculina/feminina

OM NAMA SHIVA
ADI SHAKTI ADI SHAKTI NAMO
NAMO
SHIVA SHAKTI

Propósito: OM NAMA SHIVA quer dizer, “Saudações para a consciência divina transcendente.” ADI SHAKTI NAMO quer dizer, “Saudações para a energia da deusa primitiva.” SHIVA SHAKTI quer dizer, “União Transcendental da polaridade masculina/feminina.”

Mitologia: de “Amritanubhava”  por Jnaneshwsar Maharaja.

O Amante, além do amor ilimitado, se tornou o Amado.
Envergonhada pela forma sem graça dele e pela sua forma graciosa,
Ela O adornou com um universo de milhares de nomes e formas.
Na unidade há pouco para se ver,
mas a alegre Shakti lhe apresentou
toda a riqueza do seu mundo.
Enquanto Shiva dorme, Ela está dando à luz
a todas as coisas, vivas ou não,
e quando Ela descansa, seu marido desaparece.
Quando Ele se esconde, Ele não pode ser achado sem a graça dela.
Eles são espelhos um do outro.
Quando Ele A abraça é a sua própria felicidade que Ele segura.
Shiva, o Criador de Tudo, não acha nenhuma alegria sem Ela.
Ela é sua forma e a beleza dela vem do seu amor,
E, em sua fusão, Eles desfrutam juntos deste banquete.
Shiva e Shakti são um só,
como um perfume e sua fragrância, ou o ouro e seu brilho.
Abraçando um ao outro eles se fundem em um
como escuridão e luz ao amanhecer.

Comentário: Este extasiante e magnífico poema retrata a união tântrica de Shiva e Shakti como a experiência da Realização.

História Verdadeira: Um casal com muitos anos de casado estava com seu relacionamento estremecido. Eles estavam muito magoados um com o outro. O homem teve um romance extraconjugal e a mulher arranjou um amante para se vingar. O ressentimento cresceu até eles sentirem seus laços se quebrando. Eles buscaram nossa ajuda. Cercados por outros casais encorajadores, eles enfrentaram seus medos e compartilharam o desejo de que pudessem perdoar um ao outro. Na última manhã do seminário nós cantamos OM NAMA SHIVA * ADI SHAKTI. O homem, normalmente introspectivo, elevou seus braços com o coração aberto, e a face da mulher, de início contrariada, começou a brilhar de amor. Quando nós terminamos o canto eles se abraçaram e choraram juntos pela primeira vez em quinze anos. Depois do café da manhã, quando eles não podiam evitar as mãos um do outro, ficou claro a todos que eles estavam novamente apaixonados.


2.1 Para cura e força
OM HAM HANUMATE
NAMAHA

Propósito: Este poderoso mantra curativo traz uma saúde radiante. Estimula o sistema imunológico e é especialmente bom para os pulmões e para comunicação. Sua tradução literal é, “Saudações para Senhor Hanuman.”

Mitologia: Há muito tempo atrás e muito longe daqui, um rei demônio chamado Ravana seqüestrou Sita, a bela esposa do Rei Rama. Como a procura por Sita estava difícil, Rama precisou de ajuda especial. À beira de um grande oceano Rama juntou seus amigos e todos os macacos que podiam saltar grandes distâncias. Mas apenas um macaco teve força para cruzar o grande oceano: Hanuman. Quando era apenas um bebê ele já tinha saltado quase ao sol porque pensou que era uma fruta madura, e ele queria comê-la. Ele tinha um corpo de diamante e um poder para se fazer infinitamente grande ou pequeno. Hanuman amava tanto Rama que ele sabia que poderia superar qualquer obstáculo para encontrar Sita.
Muitas aventuras depois, Hanuman chegou aos portões da capital da cidade de Ravana. Se disfarçando em um pequeno macaco, ele passou pelos guardas e encontrou Sita, segura mas triste. Ela tinha medo de nunca mais ver Rama. Hanuman a reassegurou do amor de Rama e sua determinação em salvá-la. Ele explicou que embora ele tivesse vontade de destruir a cidade do demônio inteira e traze-la de volta em segurança, ele tinha prometido a Rama só achá-la, deixá-la em segurança e contar-lhe aonde ela estava.
Sita riu, achando-o um macaco tolo fazendo uma simples bravata. Hanuman perguntou se ela gostaria de ver com o que ele realmente se parecia. Quando Sita disse, “Sim,” ele lhe mostrou seu imenso corpo de diamante contendo galáxias dos mais distantes cantos do universo. Sita entendeu e disse que Hanuman voltasse imediatamente a Rama. Antes de partir, Hanuman implorou que ela lhe permitisse se divertir um pouco com os demônios. Quando ela cuidadosamente concordou, Hanuman começou a derrubar as árvores favoritas de Ravana. Quando os guardas chegaram ele deixou-se capturar para ser levado a presença de Ravana.
Hanuman advertiu Ravana que Sita deveria ser devolvida a Rama ou a raça dos demônios seria destruída. Ravana ficou tão enfurecido que ordenou que seus guardas queimassem o rabo de Hanuman. Quando os guardas empaparam seu rabo em óleo, Hanuman tornou-o maior e maior, até que todo o óleo da cidade fosse usado. Quando os demônios finalmente puseram fogo no seu rabo, Hanuman riu e dançou pela cidade incendiando tudo. Enquanto as torres dos demônios queimavam, Hanuman saltou no ar, e cruzou o oceano para completar sua missão e retornar para Rama.
Rama, agradecido, abençoou Hanuman e assegurou-lhe que a partir daquele momento, quem ouvisse esta história ou cantasse saudações a Hanuman seria abençoado com vitória, força e saúde radiante.

Comentário: A mente é freqüentemente simbolizada por um macaco. A mente destreinada é completamente selvagem, como um macaco picado por uma abelha. Quando a mente tem um objetivo, ela pode realizar qualquer coisa. A devoção de Hanuman para com Rama lhe dá a força para superar todos os obstáculos. O simbolismo de Hanuman encontrando Sita de forma que ela possa ser libertada de Ravana e se reunir com Rama, se refere à pratica iogue de pranayama (respiração rítmica) que desperta a energia vital, libertando-a do ego, e unindo-a a alma. Também pode ser interpretado que pranayama liberta a alma do corpo físico, unindo-a com Deus. De maneira prática, amor é o poder que aquece e, em combinação com a respiração rítmica, cura os pulmões, fortalece o sistema imunológico e restabelece a saúde radiante.

História Verdadeira: Uma mulher veio a um seminário esperando encontrar algum alívio para a depressão que se seguiu a um diagnóstico de um tumor maligno no cérebro. Ela fez um intenso trabalho terapêutico e liberou a raiva retida, que provavelmente era a principal causa de sua predisposição para o desenvolvimento do câncer. Nós conduzimos uma cerimônia curativa usando OM HAM HANUMATE NAMAHA para criar uma atmosfera calmante na qual ela poderia liberar totalmente a tensão causada pelo processo da doença. Ela se deitou no meio do grupo enquanto todo o mundo cantava. Depois de chorar durante alguns minutos, ela gradualmente começou a relaxar e gostar de si mesma. Ela deixou o seminário feliz e otimista. Em seu próximo exame, seu médico, atônito, não encontrou nenhum rastro do tumor e dois anos depois, na época deste relato, ainda não havia nenhum vestígio de câncer no seu corpo.




2.2 Para triunfo do espírito sobre o ego
RAGHUPATI RAGHAVA
RAJA RAM
PATITA PAVANA
SITARAM

Propósito: Para a vitória do espírito sobre o ego; para proteção através do poder do amor; para estimular a energia sexual; para enaltecer os oprimidos. Este texto significa, “Herói da raça solar, enobrecedor dos humilhados, Rei Rama.”

Mitologia: Um dia Narada, o guardião celestial, foi parado na estrada por um cruel caçador chamado Rooksha. Este terrível ladrão sustentava sua família matando pessoas. Quando Rooksha levantou o machado para decapitar o santo, Narada lhe perguntou se sua família estava preparada para compartilhar com ele as conseqüências do seu ato. Rooksha amarrou Narada a uma árvore e correu para perguntar para sua família. Eles lhe disseram que ele era o único responsável. Rooksha correu de volta para Narada implorando absolvição. Narada lhe disse para cantar o Nome de Deus, “Rama”, para limpar o seu carma. O caçador se sentou e cantou, mas ele se sentia tão culpado que não podia dizer “Rama, Rama, Rama.” Ao invés disso, ele disse “Mara, Mara, Mara”, o que quer dizer morte. Repetindo o som depressa, ele se transformou em “Rama,...” e Rooksha ficou inspirado. Ele cantou tão ardentemente que alcançou  o(a) Deus(a) da auto-realização. Durante este tempo um grande formigueiro cobriu totalmente o seu corpo, de forma que quando ele se levantou ele ficou conhecido como Sage Valmiki: o-homem-que-emergiu-do-formigueiro (Valmika). Ele compôs o Ramayana, um imortal épico nacional da Índia que conta a história do Deus que encarnou como Rama.

Comentário: Mahatma Gandhi amou esta prece e cantou-a ao longo de sua vida. Apesar da profunda desconfiança e do ódio entre hindus e muçulmanos, e da feroz oposição da Grã Bretanha, Gandhi liderou um movimento popular das pessoas oprimidas para uma vitória sem violência. Parece que ele tinha amigos nas mais elevadas posições.

História Verdadeira: Enquanto registrava este canto, eu estava me sentindo muito inseguro para conduzir este trabalho, emaranhado num dilema egoísta: ser ou não ser bom o suficiente. Como minha amada companheira já estava trabalhando, eu simplesmente comecei a deixar os sons fluírem e me senti com o coração aberto, honrado, sensual e inspirado. Eu me rendi à experiência. Esta rendição do ego significa a vitória do espírito.


2.3 Para encontrar uma companheira
PATNEEM MANORAMAM DEHI
MANOVRITTANUSAARINEEM

2.4 Para encontrar um companheiro
SAT PATIM DEHI
PARAMESHVARA

Propósito: Estes mantras servem para encontrar um companheiro ou aprofundar uma relação já existente. O primeiro simplesmente diz, “Abençoe-me com uma esposa bonita.” O segundo diz, “Abençoe-me com um marido divino.”

Mitologia: Savitri era uma linda princesa a quem seu pai, o rei, disse para escolher um homem virtuoso para casar. Ela escolheu Satyavan, o filho de um rei cego e exilado. Além de ser exilado como o pai, Satyavan tinha apenas mais um ano de vida. Apesar destas horríveis circunstâncias, o pai de Savitri não conseguiu faze-la mudar de idéia. Ela amava aquele homem e casou-se com ele.
O casal viveu intensamente até três dias antes do dia em que Satyavan deveria morrer. Tentando descobrir um meio de salvar seu marido, Savitri começou um jejum absoluto. Nas últimas horas do último dia, Satyavan começou a caminhar para a floresta. Savitri o acompanhou ao longo do difícil caminho. No interior da densa floresta Satyavan sentiu-se exausto e deitou sua cabeça no colo de Savitri.
Logo, a insidiosa figura escura de Yama, o Senhor de Morte, emergiu das sombras e parou perto de Satyavan. Ele prendeu o espírito de Satyavan com um laço, largou seu corpo inanimado no solo e se preparou para partir. Savitri começou a louvar as virtudes da vida de casada como o caminho mais certo para a retidão. Yama ficou tão impressionado pela sua sabedoria, que ele lhe ofereceu qualquer bênção... excluindo a vida do seu marido. Savitri pediu que o visão do seu sogro fosse restabelecida.
Yama concordou e lhe disse que não mais seguisse adiante. Savitri, de qualquer maneira, seguiu corajosamente. Desta vez, ela falou sobre a importância de viver com pessoas virtuosas. Novamente Yama ficou impressionado e lhe ofereceu outro desejo (exceto a vida do seu marido). Savitri pediu que o reino do seu sogro fosse restabelecido. “Assim seja,” disse Yama se virando para partir e advertindo-a para não segui-lo. Destemida, Savitri persistiu. Assim foi até que o coração de Yama ficou tão cheio de respeito por ela que ele lhe ofereceu uma bênção incondicional. Naturalmente, ela pediu a vida do marido. Yama (que também é o Senhor de Justiça) disse, “Querida senhora, você terá muitas crianças deste homem. Ele realizará todos seus desejos na vida, e vocês viverão juntos durante quatrocentos anos.” Ele desapareceu e Satyavan despertou.
Savitri o segurou fortemente e lhe ajudou a caminhar de modo que eles lentamente voltaram para casa.  Eles descobriram que o pai de Satyavan tinha recuperado a visão completamente e que logo retornaria a seu trono. Savitri e Satyavan tiveram filhos homens e viveram felizes durante quatrocentos anos.

Comentário: O poder de uma mulher virtuosa é ilimitado. Quando ela se dedica ao marido, ela pode até salvá-lo da morte e, com isto, mudar o curso da história. Quando ambos os parceiros compartilham do amor abnegado e das virtudes da alma, o matrimônio torna-se um milagre e o relacionamento, por si só, traz liberdade ao carma.

História Verdadeira: Eu sempre procurei uma companheira almejando encontrar intimidade emocional, intensidade sexual e companhia espiritual. Eu sentia que meu destino era encontrar uma alma gêmea com quem eu pudesse compartilhar esta vida. Porém, eu parecia ter uma atração implacável pelas mulheres erradas e as mulheres que se sentiam atraídas por mim não eram as que eu tinha em mente. Um mantra para relacionamento era justamente o que eu precisava: matrimônio com uma esposa bonita, que fosse dedicada à verdade e que pudesse me ajudar a atravessar o oceano desta e das próximas vidas. Mas eu achava tão difícil  me concentrar no longo texto que me havia sido dado que me pareceu que o único modo de me manter acordado era cantar enquanto corria.
Depois de vários meses eu comecei a sentir que o mantra estava enviando sinais de todos os níveis de meu ser para minha alma gêmea... e eu tive a certeza que a encontraria. Depois de sete meses, um amigo me falou sobre uma mulher que tinha um dilema espiritual, fazia ioga e buscava o sobrenatural tanto quanto eu. Outro amigo me convidou para uma entrevista no rádio com ele e a mesma mulher. Quando um terceiro amigo programou esta mesma mulher e eu para o mesmo encontro profissional, eu soube que o mantra estava trabalhando, e cantei continuamente. Estava claro no momento que nos encontramos que minhas orações tinham sido atendidas. Ano após ano,  cada dia traz novas revelações da Deusa com quem eu vivo. Seu amor, sabedoria e devoção, assim como os de Savitri, me salvam da minha sina e me guiam para o meu destino.



2.5 Aumentar a inteligência
YA DEVI SARVA BHUTESHU
BUDDHIRUPENA SAMSTHITA
NAMASTASYEI NAMASTASYEI
NAMASTASYEI NAMO
NAMAHA

Propósito: Este mantra invoca o espírito da Deusa da Sabedoria. Significa, “Adoração para a Divina Deusa que se manifesta na forma de inteligência em todos os seres. Saudações, Saudações, Saudações.”

Mitologia: Certa vez, quando um orgulhoso e respeitado estudioso estava viajando ele encontrou uma mulher cuja beleza simplesmente o hipnotizou. Quando ele contemplou seus olhos ficou tão confuso que nem conseguia pensar. À beira do pânico ele conseguiu dizer, “Linda mulher, lance seu feitiço em mim. Eu esqueci todo meu conhecimento. Eu estou perdido.” Ela ignorou seu pedido e induziu-o a olhar para os seus seios. Com a cabeça girando, ele obedeceu. A pele dela, branca como leite, ficou translúcida, irradiando uma luz que vinha de dentro do seu coração. À medida que a luz ficava mais brilhante, ele via que dentro do seu seio estavam todos os deuses e deusas, e todas as galáxias do universo. Arrebatado, ele caiu aos seus pés e implorou, “Divina Deusa, fale-me quem é Você, de maneira que eu possa adorá-La.” Sorrindo com compaixão Ela o abençoou dizendo, “eu sou Gayatri, Luz do Vedas, Mãe do Universo, a Fonte de Tudo.” Desta iniciação, ele ganhou a sabedoria da humildade das crianças. Ele se tornou um grande devoto da Divina Mãe, e um servo de toda a humanidade.

Comentário: Todos nós temos tendência a esquecer que nós somos simples crianças em relação ao Infinito. Quanto mais conhecimento, poder e status adquirimos, fica mais difícil conciliar nossa condição mundana com a nossa insignificância. A Divina Mãe é o poder gerador por trás de tudo. Para Ela, nossos maiores dramas e realizações são apenas brincadeiras de criança.

História Verdadeira: Uma mulher se sentia insegura e ansiosa porque todos diziam que ela era bonita mas não muito inteligente. Depois que ela liberou sua raiva e dor num seminário, um grupo cantou este mantra para inteligência. Ela ficou surpresa por não ter tido nenhuma dificuldade em aprender o longo texto. Com o passar do tempo todos começaram a balançar e bater palmas. Logo, o grupo inteiro estava de pé. A mulher dançava no centro do círculo. Ela se sentia curada, segura e confiante. Ela continuou a cantar, mesmo após o seminário e sua confiança continuou crescendo. Ela regressou à escola para terminar os estudos, o que ela nunca imaginou ser capaz de fazer.




2.6 Para vitória pelo poder do amor
OM SRI HAM JAI HAM JAI JAI
HAM

Propósito: Para resolução de conflitos sem violência, para abrir o coração, para curar raiva, cobiça e negativismo. Rama Mantra (também conhecido como Taraka Mantra) é como uma balsa que nos leva através do oceano do sofrimento. Desperta o espírito do amor. Significa, “Vitória para Rama, vitória para o poder do amor que é Deus.”

Mitologia: Hanuman, o macaco mágico, certa vez construiu uma ponte sobre o oceano pelo poder do Rama Mantra. Ele manteve as pedras da fundação flutuantes, meditando e escrevendo cuidadosamente em cada uma delas OM SRI HAM JAI HAM JAI JAI HAM. Rama, que é o próprio Deus, decidiu mostrar o quão importante o mantra era. Com grande cerimônia Rama ergueu uma pedra volumosa e jogou-a na água. Imediatamente a pedra afundou. Os trabalhadores da construção do macaco uivaram de rir e Rama fingiu estar confuso. Rama pediu para Hanuman explicar por que isto tinha acontecido.
Hanuman disse, “Oh Senhor do Infinito, você que sabe os segredos do cosmo e do coração, sabe muito bem que o universo é apoiado no poder de seu grande mantra. A pedra que Você lançou com tal cerimônia não teve tal apoio, por isso afundou. Rama Mantra apóia aqueles que procuram abrigo nele; aqueles que esquecem Deus, afundam.”

Comentário: Este mantra é cantado diariamente por milhões de pessoas com centenas de diferentes variações, melodias e ritmos. Além de ser a fonte do grande épico Ramayana, diz-se que uma repetição deste mantra equivale a cantar mil palavras santas.

História Verdadeira: Após cantar Rama Mantra durante uma hora com um grupo de cerca de quarenta pessoas ao redor de uma fogueira, um jovem bastante tímido e reservado notou uma profunda mudança em seus sentimentos: ele tinha perdido o medo de outras pessoas. Ele já não se sentia estranho ou alienado. As pessoas, as árvores, as pedras, o fogo, tudo parecia ser feito da mesma substância que ele. Ele descobriu uma grande paz nesta consciência transcendental, a qual durou várias horas. Agora, anos depois, ele renova esta sensação de unicidade cantando. Quando ele cai em depressão e preocupação, ele canta Rama Mantra e supera todos seus problemas. Atualmente ele lidera grupos de canto em sua cidade natal.




2.7 Para a paz
OM SHANTI OM

Propósito: Para a paz universal e individual; para completar qualquer atividade espiritual. Este mantra kirtan significa, “Om, paz.”

Mitologia: Certa vez, quando a guerra assomou no horizonte, o próprio Krishna foi como embaixador tentar que os ciumentos e cheios de ódio Kauravas aceitassem a paz com seus virtuosos primos, os Pandavas. Quando o nobre Krishna apareceu na corte dos Kauravas, os guardas abaixaram suas lanças para lhe dar passagem, como se a grama alta se abaixasse ante um leão jovem. Os soldados e príncipes curvaram suas cabeças e ele agradeceu com as palmas unidas, como se fosse o próprio Deus. Quando Ele se sentou ao lado do rei no conselho fez-se um silencio tão profundo quanto a escuridão de suas sobrancelhas, negras como nuvens cheias de chuva. “O caminho da paz não é uma opção. É uma necessidade.” As palavras rolavam de sua garganta como um trovão distante. “Eu não falo isto pelos Pandavas, eu falo por mim. Se há guerra não pode haver vencedor. Além do pó e do rugido da batalha só há morte. Para vocês mesmos, seus irmãos, seus filhos e netos. Em Minha autoridade eu digo que, embora vocês tenham abusado dos Pandavas e usurpado o seu reino, eles aceitarão o mais humilde gesto no interesse da paz. Lhes dê apenas cinco aldeias pobres e evite a catástrofe da guerra.”
Todos respiraram profundamente, murmurando um consentimento, mas o primogênito, príncipe dos Kauravas, deu um salto, furioso. “Haverá guerra! Nem um grão de areia passará aos Pandavas. Eles serão totalmente destruídos. Você, covarde, não serve para ser embaixador nesta corte. Você será meu prisioneiro!” O rei e seus ministros protestaram alarmados. O príncipe chamou os guardas para prender Krishna. Krishna lançou um olhar de piedade e desprezo que silenciou todo mundo. Os soldados ficaram paralizados.
“Você não sabe com Quem fala? Eu sou o Próprio Eterno. Nenhuma arma pode me ferir e nenhum laço pode me segurar. Com sua arrogância você levará sua raça para a morte e destruição.” Enquanto falava, Krishna irradiou uma luz ofuscante e um raio começou a girar em seu dedo. Quando todos se curvaram ante o Senhor Supremo, Krishna lentamente flutuou sobre suas cabeças e desapareceu na luz.

Comentário: Esta história do Mahabharata ensina que justiça e honestidade não é apenas uma questão de retidão. É o único caminho para a sobrevivência. Muito freqüentemente, a vingança inflexível traz apenas destruição e morte. Cultivando flexibilidade, tolerância e conhecimento sobre a natureza ilusória do universo, nós trilhamos o caminho da paz.

História Verdadeira: Não há nenhum questionamento sobre a potência deste mantra porque eu tenho visto um grande número de pessoas perder seus pensamentos e emoções negativas, ficando calmas através do seu mistério e magia. Nós o cantamos em grupo minutos antes da queda do Muro de Berlim. John Lennon e Paul McCartney ajudaram a encerrar a Guerra de Vietnã com  “Dê uma chance para a paz,” sua maravilhosa versão inglesa para este canto antigo. Manifestar paz não é nenhuma mágica. É conectar ação ao  sentimento através do som. Paz interior, paz para o mundo. 

16 comentários:

  1. Adorei os mantras e todos os seus lindos significados. Parabéns. Paz Profunda para ti! Namaste!

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  2. Maravilhoso trabalho sobre os mantras. Sinto-me especialmente agraciada por te-lo encontrado. Grata, grata! Hari Om.

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  3. Muito bom! Adorei... Já conhecia os mantras, mas não, a história por trás de cada um... Namaste!

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  4. Gratidão!! Gostaria de saber se posso replicar esse artigo no meu blog, claro q dando os devidos créditos. Gratidão!! Namastê

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  5. Boa noite .Me tira uma dúvida tem várias modos para mantra brzee ...
    Tem om brzee, shree brezze namaha....só brzee ... Qual eu poderia usar ?

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  6. Grata pela partilha dessa sabedoria divina..amei as explicações..

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  7. Luciana Perez! O Universo me presenteou essa manga de frio e chuva com vc! Hoje pela manhã,pratiquei meu Reiki,e voloquei um cd que a muito havia comprado.Resolvi pesquisar o que significava os nomes dos mantras.Foi ai que o Universo conspirou, encontrei vc de primeira, onde vc fala sobre exatamente todos os mantras que estão nesse cd. Creio na sabedoria Cósmica Divina, mas hj ela superou! De todo meu coração,minha gratidão, por um dia, em algum momento da sua vida, vc resolveu partilhar conosco essa sabedoria. HJ FUI ABENÇOADA COM ESSE CONHECIMENTO. Salve suas forças,salve as forças que lhe acompanham! Namastê! Beijo de Luz!

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  8. Fantástico esse material. Vou estudar tudo. Gratidão.

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  9. Unknown por favor onde você comprou cd com estes mantras , ou onde posso comprar ? Sou do RJ . Grata

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