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"A alma que não se abate, que recebe indiferentemente tanto a tristeza como a alegria, vive na vida imortal."Fonte - Bhagavad-Gita

sábado, 21 de junho de 2014

Dabraka




A antiga língua egípcia, Dab: comunicação, linguagem;
Ra: divino, santo e sagrado;
Ka: alma duas vezes.

Traduzido: palavra santo, santo linguagem, divina com a alma ..

Os dabrakás são combinações de letras que formam palavras que não pertencem a uma linguagem racional, por isso não á tradução. Eles pertencem à linguagem da alma. Ao repetir mentalmente, em silêncio e com um desejo no coração, eles funcionam como "códigos" para abrir um portal interno. E chegar a forças da Aura ou energias que são capazes de transformar a vida para a plena realização do sonhos. 

É uma grande meditação mística, na qual você pode se comunicar com sua própria essência, sua alma e iluminar a sua mente para encontrar as melhores soluções para a sua vida. 
Sacerdotes egípcios antigos disse: "Se você entrar no templo, Deus não vai ouvir." Significando assim explicar que para fazer um Dabraká tem que ter a mente fixada no objetivo de dominar as adversidades com fé e espírito na meditação, assim livre dos tumultos internos é que Deus poderá aparecer,

Como Dabraká prática mística: 

Meditar é importante ter o lugar certo, onde você pode ficar tranqüilo, sem interrupção durante vários minutos. É conveniente que este lugar seja sempre o mesmo, e onde você pode ter os elementos necessários: velas, incenso, cobre .... Não ter  contacto com a pele (anéis, pulseiras, brincos ...) com excepção do ouro, o que não afeta a prática. 

1. Antes de preparar a meditar, coloque as mãos em água corrente por alguns minutos, enquanto repetindo mentalmente o TASH dabraká LEJ. Esta concentração vai ajudar a limpar por um momento as preocupações e as questões pendentes, deixando a mais disposta a meditar. 

2. Acenda uma vela branca, sua mente concentrada  sobre a chama. Este exercício vai ajudar a desviar os pensamentos que invadem e, portanto, pode alcançar uma maior concentração. Após esta preparação, proceda conforme indicado pelo dabraká 

3. Marque e objetivo do projeto que você deseja alcançar, uma projeção mental para onde direcionar a energia de Dabraká. Por exemplo: se você precisa de trabalho, imagine que você está trabalhando. 

4. Começa concentração Dabraká em si mesmo, feche os olhos e mentalmente repeti essa combinação de letras. 

5. Uma técnica simples e eficaz para ajudar a visualizar a concentração está escrito letras como se você estivesse vendo um cartaz. A imagem ajuda a manter as palavras em mente sem invadir pensamentos. Ele também pode ajudar, por vezes, vocalizar sílabas antes de iniciar a concentração.

Aquietar a Mente: TASH LE "J"

Desenvolver um Coração Inteligente: MERI ASHABA"J"

Desenvolver a sensibilidade e humanismo: AZU BIRI

Harmonizar convivencia: SHU MAAT

Melhorar a auto-estima: AVUNT

Superar bloqueios no plano profissional: ARISH BO

Reverter uma situação econômica negativa: NETZA"J" KESER AVET

Controlar impulsos destrutivos: SHOE  A "J" AIM

Encontrar a razão dos nossos problemas: PHAT LA "J" KA

Combater influências negativas: EBETAIR


Luz 
Lu Perez

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Um grande ensinamento!


PREPAREM-SE PARA O SOLSTÍCIO DE 21 DE JUNHO COM AS BÊNÇÃOS DA TEMPORADA DE WESAK





Mensagem de Selácia
19 de Junho de 2014


O Solstício de 21 de Junho neste final de semana é um marcador auspicioso no meio do ano, um momento em que vocês podem refletir sobre onde estão na vida e de se conectarem com o estímulo espiritual para os próximos meses.

É um momento, também, de comemorar a mudança nas estações e de reconhecer os ritmos naturais que os conectam com a vibração do cosmos.

À medida que vocês se sentem mais conectados com a dança natural da vida, tornam-se mais desembaraçados em todos os níveis – adquirindo clareza ao expressar o seu propósito, catalisando o seu avanço, e tendo a frequência mais elevada que vocês precisam para ser uma poderosa força de cura no mundo.

O Solstício também coincide com o auge da temporada de Wesak, o que lhes permite ligar-se a níveis ampliados de luz e bênçãos disponíveis para várias semanas a cada ano. 

Não é necessário conhecer algo sobre o Wesak ou sobre os mestres iluminados, associados a ele, para serem afetados por esta benéfica energia. Saber que estas energias existem antes do Solstício, no entanto, é um benefício, porque enquanto as bênçãos estiverem em seu radar, vocês poderão convidá-las intencionalmente.

TRÊS CONTEMPLAÇÕES SOBRE O SOLSTÍCIO

Antes do Solstício, considerem contemplar os seguintes temas e a sua relevância em sua vida pessoal.

Primeiro, está numa conexão com o feminino divino – não relacionado com o gênero, mas como a fonte da criação e da criatividade. Convidem uma conexão mais forte e mais tangível com esta energia essencial. Peçam para que lhes sejam mostrados através de sonhos e de acasos na vida como podem honrar mais o princípio feminino. Convidem uma compreensão de onde estão fora do equilíbrio, onde estão bloqueando o seu próprio fluxo e onde se impedem de receber.

Segundo, está numa conexão com os dons que vocês, como uma alma, estão interessados em expressar no mundo. Peçam para compreender estes a partir da perspectiva do espírito. Peçam um conhecimento de como vocês não consideram os seus próprios dons, como os retêm, ou como ignoram os ritmos naturais quando oferecem os seus dons aos outros.

Terceiro, está numa conexão com o amor que habita naturalmente dentro de vocês, sempre presente e disponível. Peçam ao espírito para revelar exemplos de como este amor é a mais poderosa força transformadora que vocês têm. Convidem um conhecimento das maneiras com que o seu amor ajuda outros a despertar, ajuda a trazer conforto, e ajuda a mostrar às pessoas a saída do seu próprio sofrimento.




Namastê

domingo, 15 de junho de 2014

As Quatro Nobres Verdades são



Ao ilu­mi­nar-se, o Buda Shakyamuni viu que o uni­ver­so dos fenô­me­nos fun­cio­na de acordo com a ver­da­de da Gêne­se Con­di­cio­na­da. Quando deci­diu ensi­nar o que tinha vis­to, o Buda per­ce­beu que a Gênese Condicionada seria de difí­cil com­preen­são e pode­ria até gerar medo se fosse expli­ca­da de pron­to. Por isso, em vez de começar pela Gênese Condicionada, o Buda ensinou primei­ro as Quatro Nobres Verdades. O primeiro perío­do dos ensi­na­men­tos do Buda é cha­ma­do “Primeiro Giro da Roda do Darma”.
As Quatro Nobres Verdades não dife­rem da ver­da­de da Gênese Condicionada e, por certo, não a con­tra­di­zem. Elas sim­ples­men­te diri­gem o foco da Gênese Condicionada para a vida huma­na, fazen­do com que esta pare­ça mais rele­van­te para as pes­soas e fique mais fácil de enten­der.

As Quatro Nobres Verdades são:
  •  ver­da­de do sofri­men­to;
  • ver­da­de da ori­gem do sofri­men­to;
  • ver­da­de da ces­sa­ção do sofri­men­to;
  • ver­da­de do cami­nho que leva à ces­sa­ção do sofri­men­to.
A pala­vra “sofri­men­to” nesse con­tex­to é a tra­du­ção con­sa­gra­da do sânscri­to dukkha, cujo significado mais aproxi­mado seria o de “insa­tis­fa­ção”.

Significado Profundo das Quatro Nobres Verdades
O uso da pala­vra “ver­da­de” nas “Quatro Nobres Verdades” é expli­ca­da da seguin­te manei­ra no Shastra Yogachara-bhumi (Tratado sobre os Estágios da Prática da Ioga): “Da ver­da­de do sofri­men­to à ver­da­de do cami­nho que leva à ces­sa­ção do sofrimen­to, não há nada que seja falso ou enga­no­so e, por­tan­to, tudo isso é con­si­de­ra­do ‘verdadeiro’”.
O mesmo livro expli­ca a pala­vra “nobre”, nas “Quatro Nobres Verdades” deste modo: “Somente os nobres con­se­guem com­preen­der essas ver­da­des e con­tem­plá-las. Os ignoran­tes não conseguem com­preen­dê-las ou contemplá-las. Portanto, essas ver­da­des são cha­ma­das ‘Nobres’ Verdades”.
Comentário sobre o Tratado da Visão do Meio diz: “As Quatro Nobres Verdades são o ponto de passagem entre a ilu­são e a ilu­mi­na­ção. Quan­do elas não são com­preen­di­das, persis­te o apego aos Seis Reinos. Se com­preen­di­das, alcan­ça-se a san­ti­da­de”.
 De acor­do com o Sutra dos Ensinamentos Legados pelo Buda: “A Lua pode se aque­cer e o Sol ­esfriar, mas as Quatro Nobres Verdades nunca mudarão”.
As Quatro Nobres Verdades estão no cerne da vida. Explicam todos os esta­dos de consciên­cia exis­ten­tes no uni­ver­so e ensi­nam como se liber­tar de todas as for­mas de ilusão.
É neces­sá­rio sabe­do­ria para com­preen­der as Quatro Nobres Verdades. A pri­mei­ra verdade diz que a vida é cheia de sofri­men­to. A segun­da, que o sofri­men­to é cau­sa­do por nosso apego à ilu­são. A ter­cei­ra ver­da­de diz que a ilu­mi­na­ção, ou a total liber­ta­ção do sofrimento, é pos­sí­vel. A últi­ma diz como alcan­çar a ilu­mi­na­ção.
As duas pri­mei­ras Nobres Verdades têm rela­ção de causa e efei­to entre si. A primei­ra é o efei­to; a segun­da é a causa. Igual rela­ção exis­te entre a tercei­ra e a quar­ta, sendo a ter­cei­ra o efei­to cau­sa­do pela quar­ta.
À pri­mei­ra vista, cabe per­gun­tar por que o Buda colo­cou as Quatro Nobres Verdades nessa ordem. Não pare­ce­ria mais lógi­co que a segun­da e a quar­ta ver­da­des, ambas cau­sas, vies­sem antes da pri­mei­ra e da ter­cei­ra, que são os efei­tos? Ainda que em ordem dife­ren­te, as Quatro Nobres Verdades con­ti­nua­riam sendo com­preen­sí­veis. Contudo, a sequên­cia esco­lhi­da pelo Buda per­mi­te que as ver­da­des sejam ensi­na­das da forma mais efi­caz possível.
Para a maio­ria das pes­soas, é mais fácil enten­der pri­mei­ro o efei­to, –depois sua causa. Por isso, o Buda apre­sen­tou pri­mei­ro a ver­da­de do sofrimento e ­depois expli­cou a causa do sofri­men­to. Assim que se compreendem as duas pri­mei­ras Nobres Verdades, é natu­ral que­rer se liber­tar delas. Para aju­dar-nos a enten­der como alcan­çar essa liber­ta­ção, o Buda ensinou a Terceira Nobre Verdade, que é a ces­sa­ção do sofri­men­to, e por fim a Quarta Nobre Verdade, que é o cami­nho para a ces­sa­ção do sofri­men­to.
O Buda come­çou por des­cre­ver o pro­ble­ma, ­depois expli­cou sua causa. Em seguida, contou a solu­ção do pro­ble­ma e ensi­nou como che­gar à solu­ção. Um ele­men­to fundamental dos ensi­na­men­tos do Buda é a imen­sa com­pai­xão que trans­pa­re­ce na elaboração de expli­ca­ções, fei­tas de modo a serem compreen­di­das por qual­quer pes­soa que real­men­te se empe­nhe. A Gênese Condicionada e as Quatro Nobres Verdades são verda­des muito pro­fun­das. Aquele que as estu­dar lon­ga­men­te vai perceber quão inteligente e quão compassivo foi o Buda, ao con­se­guir expli­cá-las de forma tão clara.

A Primeira Nobre Verdade
A Primeira Nobre Verdade é a ver­da­de do sofri­men­to. O Buda viu com per­fei­ta cla­re­za algo que as pes­soas vis­lum­bram oca­sio­nal­men­te: não é possível ao ser huma­no con­quis­tar total satis­fa­ção neste mundo. O sofri­men­to é des­cri­to de mui­tas for­mas diferentes nos sutras budis­tas. As três fundamentais serão abor­da­das nos pará­gra­fos a seguir, deven­do-se obser­var que as clas­si­fi­ca­ções de sofri­men­to apre­sen­ta­das não são quali­ta­ti­va­men­te diferen­tes, mas ape­nas for­mas dife­ren­tes de abor­dar um mesmo problema.

Os dois sofri­men­tos
Os “dois sofri­men­tos” são o inter­no e o exter­no, sendo esta a classificação mais elementar encon­tra­da nos ­sutras budis­tas. Essa é a manei­ra mais bási­ca de com­preen­der o sofrimento. Sofrimentos inter­nos são aque­les que geral­men­te con­si­de­ra­mos parte de nós, como dor físi­ca, ansie­da­de, medo, ciúme, sus­pei­ta, raiva e assim por dian­te. Sofrimentos exter­nos são aque­les que pare­cem vir de fora, incluin­do vento, chuva, frio, calor, seca, ani­mais selvagens, catás­tro­fes natu­rais, guer­ras, cri­mes e assim por dian­te. Não é possí­vel evi­tar – nenhum dos dois tipos.

Os três sofri­men­tos
 Esta é uma clas­si­fi­ca­ção basea­da mais na qua­li­da­de do sofri­men­to do que em sua ori­gem ou tipo. O pri­mei­ro dos três sofri­men­tos é o ine­ren­te, aquele a que esta­mos sujeitos pelo sim­ples fato de estar­mos vivos. O segun­do é o sofri­men­to laten­te, aque­le que está presente mesmo nos momen­tos mais feli­zes: coi­sas se que­bram, pes­soas morrem, tudo enve­lhe­ce e se dete­rio­ra, até os melho­res momen­tos che­gam ao fim. O tercei­ro sofrimento é o ativo, causa­do por estar­mos pre­sos em um mundo de ilu­são constantemente mutável. No mundo da ilu­são, temos pouco ou ­nenhum con­tro­le sobre nossa vida. Sentimos ansieda­de, medo e impo­tên­cia à medi­da que vemos tudo se transforman­do de um dia para o outro.

Os oito sofri­men­tos 
Os oitosofri­men­tos des­cre­vem de modo mais deta­lha­do o sofri­men­to a que estão sujei­tos todos os seres sen­cien­tes e são clas­si­fi­ca­dos com base naqui­lo que os defi­ne. São eles:
Nascimento. Após ­vários meses de peri­go den­tro do ven­tre da mãe, final­men­te, sentimos a dor e o medo do nas­ci­men­to. Depois disso, tudo pode acon­te­cer. Somos como prisioneiros do corpo e do mundo onde nas­ce­mos.
Envelhecimento. Se formos, suficientemente, afortunados para não sermos mortos na juven­tu­de, tere­mos de enfren­tar o pro­ces­so de envelhecimen­to, ­sofrer a dete­rio­ra­ção do corpo e da mente enquanto assistimos o desa­pa­re­ci­men­to de nos­sos ami­gos, um por um.
Doença. A saúde é um pra­zer por ser tão con­tras­tan­te com a doen­ça. Todos, em algum momen­to, ­sofrem a dor e a humilhação da doença.
Morte. Mesmo que a vida seja con­si­de­ra­da per­fei­ta,a morte é ine­vi­tá­vel.A morte, quando não é repen­ti­na e ater­ra­do­ra, é geral­men­te lenta e dolo­ro­sa. Somos como folhas ao vento. Ninguém sabe o dia de ama­nhã.
Perda de um amor. Às vezes, per­de­mos ­alguém que ama­mos; ­outras vezes, nosso amor não é retri­buí­do. Não exis­te quem não sofra por não poder estar sem­pre com aqueles que ama.
Ser odia­do. Ninguém quer ini­mi­gos; entre­tan­to, é difí­cil evitá-los neste mundo.
Desejo não rea­li­za­do. Nossos anseios e dese­jos deter­mi­nam em gran­de medi­da quem somos. Limitam nossa capa­ci­da­de de enten­der o Darma, além de nos causar infin­dá­veis pro­ble­mas. E, o que é pior, a maio­ria deles – jamais chega a ser satisfeita, causan­do-nos duas vezes mais pro­ble­mas.
Os Cinco Skandhas. Estes são: forma, sen­sa­ção, per­cep­ção, ati­vi­da­de e consciência. Eles cons­ti­tuem os “tijo­los” da exis­tên­cia cons­cien­te e o meio para a manifesta­ção do sofri­men­to. Os Cinco Skandhas são como uma fonte ilimi­ta­da de combus­tí­vel a gerar dor e sofri­men­to, vida após vida.

Causas fun­da­men­tais do sofri­men­to 
Nos pará­gra­fos ante­rio­res, mos­tra­mos como os budis­tas veem a vida huma­na atola­da no sofri­men­to. Nos seguin­tes, o tópi­co sofrimento será analisado com mais pro­fun­di­da­de, pelo delineamen­to de algu­mas de suas causas fun­da­men­tais:
O Eu não está em perfeita harmonia com o mundo material. É necessá­rio esfor­ço cons­tan­te para encon­trar­mos con­for­to neste mundo. O clima é sem­pre quen­te ­demais ou frio ­demais, nos­sas pos­ses exi­gem cui­da­do cons­tan­te, nossa casa é muito velha ou muito peque­na, as ruas são muito baru­lhen­tas, os sapa­tos se gas­tam e assim por dian­te. O mundo mate­rial raramen­te se apre­sen­ta da forma como gos­ta­ría­mos que fosse.
O Eu não está em per­fei­ta har­mo­nia com as ­outras pes­soas. Na maio­ria das vezes, não pode­mos estar na com­pa­nhia daque­les com quem gostaría­mos de estar, mas somos obri­ga­dos a supor­tar a presença de pes­soas com as quais temos difi­cul­da­de de relacionamen­to. Não raro somos até mesmo for­ça­dos a conviver com pessoas que aber­ta­men­te não gos­tam de nós.
O Eu não está em per­fei­ta har­mo­nia com o corpo. O corpo nasce, enve­lhe­ce, adoe­ce e morre. O “eu” tem pouco ou ­nenhum con­tro­le sobre esse pro­ces­so.
O Eu não está em per­fei­ta har­mo­nia com a mente. Nossa mente está fre­quen­te­men­te além do nosso con­tro­le, dis­pa­ran­do de uma ideia para outra como um cava­lo sel­va­gem ao vento. A ati­vi­da­de men­tal ilu­di­da é a fonte de todo o nosso sofrimento.
O Eu não está em per­fei­ta har­mo­nia com os seus dese­jos. O “eu” pode com­preen­der que os dese­jos geram carma e sofrimento, mas isso não sig­ni­fi­ca que seja capaz de con­tro­lá-los com faci­li­da­de. O autocon­tro­le é difí­cil jus­ta­men­te por­que o que que­re­mos com mais inten­si­da­de nem sempre é o que sabe­mos ser o ­melhor para nós. Se nem mesmo ten­tar­mos con­tro­lar nossos dese­jos e dei­xar­mos que eles tomem conta de nós, o “eu” sofre­rá ainda mais.
O Eu não está em per­fei­ta har­mo­nia com as suas opi­niões. Basicamente, isso sig­ni­fi­ca que nos­sas opi­niões são erra­das. Quando nos­sas cren­ças não estão ali­nha­das com a ver­da­de, cau­sa­mos a nós pró­prios infindáveis pro­ble­mas, pois teremos a ten­dên­cia de repe­tir os mes­mos erros mui­tas vezes.
O Eu não está em per­fei­ta har­mo­nia com a natu­re­za. Chuva, enchentes, secas, tem­pes­ta­des, mare­mo­tos e todas as ­outras for­ças da natureza não estão sob nosso con­tro­le e podem, frequentemente, nos fazer sofrer.
O Buda ensi­nou a ver­da­de do sofri­men­to não para nos fazer deses­pe­rar, mas para nos ajudar a reco­nhe­cer com cla­re­za as rea­li­da­des da vida. Compreendendo o alcan­ce do sofrimen­to e a impos­si­bi­li­da­de de evitá-lo, devemos nos sen­tir ins­pi­ra­dos a supe­rá-lo. Reconhecer a Primeira Nobre Verdade é o pri­mei­ro passo de um pro­ces­so que deve nos levar a que­rer compreen­der a Segunda Nobre Verdade.

A Segunda Nobre Verdade
A Segunda Nobre Verdade é a ver­da­de da ori­gem do sofri­men­to, que está na cobiça, na raiva e na igno­rân­cia. Os seres sen­cien­tes acor­ren­tam-se ao penoso e ilusivo mundo dos fenômenos, por causa de seu forte apego a essas fon­tes de ilusão, tam­bém conheci­das como os Três Venenos.

A Terceira Nobre Verdade
A Terceira Nobre Verdade é a ver­da­de da ces­sa­ção do sofri­men­to. “Cessação do sofrimen­to” é o mesmo que nir­va­na, um esta­do que não pode ser des­cri­to por meio de pala­vras. É algo que está além de cobi­ça, raiva, ignorân­cia e sofri­men­to; além da dualidade e das dis­tin­ções entre certo e errado, você e os ­outros, bem e mal, vida e morte.

A Quarta Nobre Verdade 
A Quarta Nobre Verdade é a ver­da­de do cami­nho que leva à ces­sa­ção do sofrimen­to, aque­le que nos mos­tra como supe­rar as cau­sas do sofri­men­to. É o cami­nho rumo ao nirvana. A forma mais sim­ples de supe­rar as cau­sas do sofri­men­to é ­seguir o Nobre Caminho Óctu­plo, que ana­li­sa­re­mos em deta­lhe em outro Capítulo.

A Importância das Quatro ­Nobres Verdade 
As Quatro Nobres Verdades foram os pri­mei­ros e tam­bém os últi­mos ensinamentos do Buda. Ao apro­xi­mar-se do momen­to de sua morte, o Buda disse aos discí­pu­los que, se tives­sem algu­ma dúvi­da quan­to à vali­da­de das Quatro Nobres Verdades, deve­riam se pronun­ciar, pois assim pode­riam obter as res­pos­tas antes que fosse tarde demais. A atenção que o Buda devo­tou às Quatro Nobres Verdades nos 45 anos em que se dedi­cou a ensi­nar assi­na­la a impor­tân­cia que atri­buía a elas.
Para faci­li­tar a plena com­preen­são da men­sa­gem do Buda, seus anos de ensi­no são geralmen­te clas­si­fi­ca­dos em três perío­dos, tam­bém denominados “Três Giros da Roda” ou “Três Giros da Roda do Darma”. Essa divi­são nos ajuda a compreender os ensinamentos do Buda, por­que nos dá três diferentes ângulos, ou pers­pec­ti­vas, sob os quais ver as mes­mas verdades.

O Giro Expli­ca­ti­vo da Roda do Darma 
O pri­mei­ro perío­do do ensi­na­men­to do Buda é cha­ma­do de “Pri­mei­ro giro da Roda do Darma” ou “Giro expli­ca­ti­vo da Roda”. Foi nessa época que o Buda expôs as ver­da­des bási­cas em que se fun­da­men­ta sua ilu­mi­na­ção.
A res­pei­to das Quatro Nobres Verdades, disse ele no Sutra Dharma-chakra (Sutra sobre os Giros da Roda do Darma): “Isto é o sofri­men­to; tem a natu­re­za ‘opres­si­va’. Esta é a causa do sofri­men­to; tem a natu­re­za de ‘apego’, ‘aferro’ ou ‘acú­mu­lo’. Isto é a cessa­ção do sofri­men­to; tem a natu­re­za de ‘compreen­são’ ou ‘des­per­tar’. Este é o cami­nho para a cessação do sofri­men­to; tem a natu­re­za de ‘cultivo’”.

O Giro Per­sua­si­vo da Roda do Darma 
O segun­do giro da Roda do Darma é tam­bém conhe­ci­do como “Giro persua­si­vo da Roda” por­que se refe­re ao perío­do em que o Budacon­ven­ceu seus dis­cí­pu­los a extinguir o sofrimen­to atra­vés da com­preen­são total das Quatro Nobres Verdades. Nessa época, ele abor­dou essas ver­da­des da seguin­te manei­ra, no Sutra Dharma-chakra (Sutra sobre os Giros da Roda do Darma): “Isto é sofri­men­to, vocês devem com­preen­dê-lo. Esta é a causa do sofri­men­to, vocês devem eli­mi­ná-la. Esta é a ces­sa­ção do sofri­men­to, vocês devem des­per­tar para ela. Este é o cami­nho para a ces­sa­ção do sofri­men­to, vocês devem praticá-lo”.

O Giro Com­pro­va­do da Roda do Darma 
O ter­cei­ro giro da Roda do Darma tam­bém é cha­ma­do de “Giro Comprova­do da Roda”, por­que nesse perío­do o Buda se colo­cou como exemplo de alguém que havia alcançado a completa ilu­mi­na­ção, dizendo que, se ele con­se­gui­ra, todos pode­riam con­se­guir também. Nessa época, ele falou da seguin­te forma sobre as Quatro Nobres Verdades, no Sutra Dharma-chakra (Sutra sobre os Giros da Roda do Darma): “Isto é sofri­men­to, eu o conhe­ço. Esta é a causa do sofri­men­to, eu já a eli­mi­nei. Esta é a cessação do sofrimento, já des­per­tei para ela. Este é o cami­nho que leva à ces­sa­ção do sofri­men­to, já o pra­ti­quei”.
O Buda é algumas vezes cha­ma­do de “O gran­de médi­co”, uma vez que os seus ensinamen­tos podem nos curar do nosso apego doen­tio à ilu­são. A melhor forma de aca­bar com o sofri­men­to é compreen­der bem as Quatro Nobres Verdades, por­que, ­depois disso, será muito mais fácil entender os outros ensi­na­men­tos do Buda.
A com­preen­são e a prá­ti­ca dos ensi­na­men­tos do Buda levam infalivelmen­te à liberta­ção da dor e do sofri­men­to. O Buda é o médi­co e tem o remé­dio; só pre­ci­sa­mos tomá-lo. As Quatro Nobres Verdades do Buda constituem a cura para o sofri­men­to humano.
O gran­de bodisatva Manjushri (...) disse à assembleia de bodisatvas:
“Discípulos do Buda deste mundo Saha, a Nobre Verdade do Sofrimento tem vários sig­ni­fi­ca­dos, como retri­bui­ção, opres­são, mudan­ça cons­tan­te, apego às condições, agru­pa­men­to de con­di­ções, dor dilaceran­te, dependência dos sentidos, loucu­ra, doen­ça e estu­pi­dez.
Discípulos do Buda deste mundo Saha, a Nobre Verdade da Origem do Sofrimento tem mui­tos sig­ni­fi­ca­dos, como apego, des­trui­ção, amor obs­ti­na­do, pensamen­to ilu­di­do, sedu­ção do dese­jo, deter­mi­na­ção errô­nea, teia de condi­ções, discur­so vazio, pas­si­vi­da­de e afer­ro a fon­tes degra­da­das.
Discípulos do Buda deste mundo Saha, a Nobre Verdade da Cessação do Sofrimento tem ­vários significados, como não argu­men­ta­ção, dei­xar a poeira para trás, paz per­fei­ta, não ter percepção ilusória, estar além da deterioração, não ter natureza de seu próprio ser, não ter obs­tá­cu­los, extinção, saber a ver­da­de e habi­tar na natu­re­za de seu próprio ser.
Discípulos do Buda deste mundo Saha, a Nobre Verdade do Caminho da Cessação do Sofrimento tem muitos significa­dos, como o Veículo Único, dese­jo de tranqui­li­da­de, o guia, ple­ni­tu­de sem dis­tin­ções, equa­ni­mi­da­de, renúncia, não ter ­anseios, ­seguir os pas­sos dos san­tos, o cami­nho dos sábios e os dez tesou­ros.
Discípulos do Buda deste mundo Saha, as Quatro Nobres Verdades têm qua­tro qua­tri­lhões de nomes e signi­fi­ca­dos, que são com­preen­di­dos pelos seres sen­cien­tes conforme as suas ten­dên­cias. Essa plu­ra­li­da­de de significa­dos mos­tra aos seres sencien­tes como con­quis­tar o con­tro­le sobre a mente”.
Sutra Avatamsaka (Sutra da Guirlanda de Flores)

Capítulo 2 do livro Budismo Significados Profundos, Venerável Mestre Hsing Yün,
Escrituras Editora, 2ª edição revisada e ampliada, São Paulo, dezembro de 2011.

REV141212

Inspire e Expire








Não pense que vc pode salvar o mundo e de verdade não queira, essa é a visão do ego superior. Faça sua parte bem feito trate bem as pessoas, tenha qualidade de presença, qualidade na escuta, se alinhe com todas as graças do universo para que cuidando de você o outro possa receber em vibração e nas suas ações o ensinamento. Faça sua parte bem feito que o resto a vida faz.

Inspire vida
Expire gratuidade!

Namastê
Lu

Leonardo Boff fala de Jung e Espiritualidade Parte 1








quarta-feira, 11 de junho de 2014

Por Amor!




Você já se fez essa pergunta alguma vez!

QUEM SOU EU?
O QUE FAÇO AQUI?
QUAL O SEU PROPÓSITO MAIOR?

Entramos num fluxo diário onde a correria vem nos consumindo e nos impedindo de olharmos para nosso interno, arrumamos desculpa para essa investigação: 

A família e ou trabalho exigi muita demanda! Será?
Tenho muita coisa para fazer! Será?

Você pode dar conta de tudo, só não pode esquecer quem você é! Tu és o Senhor do seu tempo,  o Senhor da sua vida.

Em muitas situações nos colocamos no papel de vítima, até pq não temos coragem de assumir nossas responsabilidades diante do universo. Porém, o papel de vítima é o pior veneno que um ser humano pode se injetar. 

Saia desse papel vc não é obrigado a nada! Somos seres de luz que estamos vivendo no corpo físico, mas que outrora já vivemos em cidades como Lemuria e Atlatida...se hoje estamos recebendo deeksha, reike, magnified healing é simplesmente para lembrarmos que somos essa própria luz. 

Quando damos um passo para o caminho da espiritualidade o que fazemos e nos manter na luz, ser a luz e vibrar na luz.  Ele nunca disse que esse caminho seria fácil, mas ele também nunca disso que não estaria com você. 

Ao mantermos nossa luz na escuridão vc se torna uma grande lamparina no meio do nada, e quando isso acontece muitos bichinhos querem se aproximar da luz...não é assim? Esses pequenos insetos são seres divinos que estão precisando do seu calor. Você pode tentar matar todos eles e ficar nesse ciclo de maya, ou acolhe-los amorosamente.

Se estiver no seu centro nenhum ser humano, nenhuma situação poderá apagar a sua luz, estar no centro é estar em prontidão, estar presente.

QUANTO TEMPO DO SEU DIA VOCÊ ESTÁ PRESENTE ?

CUIDE-SE para que esteja no aqui e no agora, antes de querer iluminar o outro cuide de si mesmo, pois quem cuida de si não enche o saco do outro. Mantenha estado de amorosidade, reverbere este fluxo divino cumprindo  suas ações diárias por amor, não para ser importante, nem para ser o melhor no esquema da vida; FAÇA POR AMOR!

Quem está pleno, quem vive no presente está no centro da sua essência faz as coisas por amor... a natureza do amor e fazer pelo outro o melhor que lhe cabe.

Não se acha que é mais importante no esquema da vida que o vizinho, o verdadeiro serviço é não se perder do campo e não se perder da fonte e não se perder de si mesmo. 

Se não fez o verdadeiro serviço não serviu por amor! Não importa sua profissão, sua ações diárias mas sim como você as executa qual o estado que você mantém.

O que importa não é o que você faz, mas estar consciente que é a vida que faz através de você.

Namastê

Grupo Hari Om
& Lu Perez

terça-feira, 10 de junho de 2014

Meditação de Metta (Amor bondade)



Bhante Henepola Gunaratana


Algumas vezes a prática da meditação de insight (vipassana) pode ser interpretada como sendo um tipo de prática que faz com que o meditador se torne um ser sem coração ou indiferente, como um vegetal que não possui amor e compaixão pelos outros seres vivos
Devemos, no entanto, lembrar que o Buda recomendou de maneira enfática que cultivemos quatro moradas divinas ou estados sublimes da mente: amor bondade (metta), compaixão (karuna),alegria altruísta (mudita) e equanimidade (upekha). O primeiro desses quatro é tão importante que o Buda disse que alguém que dependa inteiramente de outras pessoas para viver (isto é, um monge ou monja) poderá pagar a sua dívida para com os seus patrocinadores através da prática demetta, dirigida a todos os seres vivos, mesmo que seja por um período de tempo tão curto quanto uma fração de segundo por dia. O Karaniya Metta Sutta diz: "…sempre que estiver desperto, cultive essa atenção plena: a isto se denomina uma morada divina no aqui e agora."
A atenção plena é um dos fatores mais importantes em todo o conjunto dos ensinamentos do Buda. Desde o dia que ele alcançou a iluminação, até o dia em que ele faleceu aos 80 anos, em quase todos os discursos do Dhamma ele enfatizou a atenção plena. Ao equiparar a prática demetta à atenção plena podemos entender a importância dessa prática dentro do conjunto dos ensinamentos do Buda. O Buda aperfeiçoou a prática de metta para alcançar a Iluminação, equilibrando-a com a sabedoria. Mesmo após haver alcançado a Iluminação, a primeira coisa que ele fazia todos os dias era penetrar a realização da Grande Compaixão, que é o fruto da prática demetta. Em seguida ele inspecionava o mundo para ver se havia seres que ele poderia auxiliar na compreensão do Dhamma. Esses quatro estados sublimes da mente são denominados Brahma Vihara, o comportamento ideal ou atitude ideal. Os três primeiros possuem força suficiente para permitir alcançar os primeiros três jhanas e o último para alcançar o quarto jhana. A sua importância na prática da meditação vipassana fica evidente pelo fato deles estarem incluídos no segundo elemento do Nobre Caminho Óctuplo. Na verdade, nenhuma concentração é possível sem esses estados sublimes da mente, porque na ausência deles a mente fica cheia de raiva, rigidez, preocupações, temores, tensão e inquietação.
Antes de nos dedicarmos à prática desses estados nobres da mente, devemos superar a raiva, que é uma maneira impensada de desperdiçar a própria energia. A raiva, quando ativa, se compara à água fervendo ou, quando não é expressa, ao preconceito. Ela pode destruir a nossa prática de meditação e o treinamento das virtudes. A pessoa enraivecida se compara a um pedaço de lenha meio queimado deixado em uma pira funerária. Ambas as extremidades da lenha estão queimadas e transformadas em carvão e o meio está coberto com imundícies. Ninguém pegaria esse pedaço de lenha para queimar ou para qualquer outro propósito porque ficaria com as mão imundas. Da mesma forma a pessoa enraivecida será evitada de todas as formas, se possível, por todos.
Precisamos começar a prática de metta com nós mesmos primeiro. Algumas vezes alguns de vocês podem se perguntar porque devemos amar a nós mesmos primeiro. Isso não seria amor próprio que conduz ao egoísmo? Se você investigar a sua mente cuidadosamente no entanto, irá se convencer de que não existe nenhuma outra pessoa em todo o universo que você ame mais do que você mesmo. O Buda disse, “Tendo atravessado todos os quadrantes com a mente, ele não encontra em nenhum lugar alguém mais querido do que ele mesmo. Do mesmo modo, toda pessoa considera a si mesma como a mais querida; por conseguinte quem ama a si mesmo não deveria ferir os outros.” (Mallika Sutta). Quem não ama a si mesmo será incapaz de amar aos outros. Da mesma forma, quem ama a si mesmo irá sentir o impacto de metta e poderá então compreender quão belo seria se todos os corações no mundo estivessem plenos com o mesmo sentimento demetta.
O tipo de amor bondade que queremos cultivar não é o amor comum tal como é entendido no uso diário. Quando você diz, por exemplo, "eu amo tal pessoa" ou "tal coisa", o que você realmente está querendo dizer é que você deseja a aparência, comportamento, idéias, tom da voz ou a atitude em geral daquela pessoa, em relação a você particularmente, ou em relação à vida de forma geral. Se aquela pessoa mudar as coisas pelas quais você a deseja, você poderá decidir que não a ama mais. Se as preferências, caprichos e fantasias das pessoas mudarem, elas não mais dirão "eu amo tal pessoa". Nessa dualidade de amor-ódio você ama uma pessoa e odeia outra. Você ama agora e odeia depois. Você ama quando quiser e odeia quando quiser. Você ama quando tudo está bem e sem problemas e odeia quando alguma coisa dá errado no relacionamento entre você e a outra pessoa. Se o seu amor muda dessa forma de tempos em tempos, de lugar em lugar e de situação para situação, então o que você chama de "amor" não é metta mas sim desejo, cobiça ou luxúria - de nenhuma forma isso é amor.
O tipo de amor bondade que queremos cultivar através da meditação não possui um oposto ou um motivo velado. Assim, a dicotomia amor-ódio não se aplica ao amor bondade cultivado através da sabedoria ou da atenção plena, pois ele nunca irá se transformar em ódio à medida que as circunstâncias mudarem. O verdadeiro amor bondade é uma faculdade natural que está oculta sob o amontoado de desejo, raiva e ignorância. Ele não pode ser dado. Nós precisamos encontrá-lo dentro de nós mesmos e cultivá-lo com a atenção plena. A atenção plena o descobre, cultiva e mantém. A consciência do "eu" (ahankara) se dissolve com a atenção plena e o seu lugar é tomado pelo amor bondade isento de egoísmo.
Por causa do nosso egoísmo odiamos algumas pessoas. Queremos viver de certo jeito, queremos fazer certas coisas ao nosso modo, perceber as coisas de uma forma particular; e não de outro jeito. Se outras pessoas não concordarem com as nossas opiniões, nossos jeitos e nossos estilos, não só as odiaremos, mas também nos tornaremos tão cegos e irracionais, devido à falta de atenção plena, que poderemos chegar ao ponto de negar-lhes o direito à vida.
Quando você pratica metta você não fica colérico por não receber algum tipo de retribuição de pessoas e seres para os quais você irradiou o seu metta, porque ao irradiar-lhes o seu amor bondade você não possuía nenhum motivo oculto. Nessa rede de amor bondade você não somente inclui todos os seres tal como eles são, mas você deseja que todos eles, sem qualquer discriminação, sejam felizes. Você irá se portar de maneira gentil e agradável para com todos e irá falar a respeito deles de forma gentil e agradável tanto na presença como na ausência deles.
Ao meditar as nossas mentes e corpos se tornam naturalmente relaxados. Os obstáculos são dissolvidos. A sonolência e o torpor por exemplo são substituídos pela vigilância. A dúvida é substituída pela confiança, a raiva pela alegria, a inquietação e a preocupação pela felicidade. Na medida que o ressentimento é substituído pela alegria, o amor bondade escondido no nosso subconsciente se manifesta fazendo com que fiquemos ainda mais em paz e felizes. Nesse estado de meditação obtemos concentração e superamos a nossa cobiça. Podemos ver como a meditação destrói a raiva e cultiva metta, que por seu lado dá sustentação para a nossa prática de meditação. Juntos, os dois operam em uníssono, culminando com a concentração e o insight. Assim, para capturar na própria mente a energia do amor bondade a pessoa precisa se aperfeiçoar através da prática da meditação da atenção plena.
A observação atenta dos nossos estados mentais pode fazer com que tenhamos consciência do dano, destruição e dor causados por certos tipos de pensamentos. Enquanto que outros são cheios de paz e alegria. Com isso, a nossa mente passa a rejeitar aquilo que é prejudicial e a cultivar o que é pacífico e prazenteiro. Não aprendemos isso nos livros, com mestres, amigos ou inimigos, mas através da nossa própria prática e experiência. Quando os pensamentos prejudiciais surgem aprendemos a não lhes dar atenção e quando pensamentos benéficos surgem nós permitimos que eles se expandam e permaneçam por mais tempo na mente. Assim aprendemos com a nossa própria experiência como pensar de forma mais saudável. Essa prática cria as condições na nossa mente para que o amor bondade cresça. Isso significa que pensamentos benéficos que surgem na nossa mente por si mesmos, podem ser gerados de acordo com a nossa própria vontade, mais tarde. Essa prática nos ajuda a compreender que o amor bondade pode se desenvolver e crescer no fundo da nossa mente. Fatores ambientais ou circunstanciais desempenham um papel importante nesse cultivo. Nenhum ser humano está totalmente desprovido de amor bondade, não importa o quão cruel ele ou ela aparentem ser. O amor bondade escondido no subconsciente de cada pessoa deve ser trazido à tona através do desenvolvimento da habilidade da atenção plena.
"Mitra" na literatura védica e "Mitta" na literatura em Pali significam o sol. A natureza do sol pode ser chamada de "Maitri" ou "Metta". Maitri ou Metta também significam amor bondade ou amizade. Talvez a razão porque o amor bondade seja assim chamado é porque gera sentimentos calorosos em relação a todos os seres. Da mesma forma como o calor vem do sol, aquele que possui amor bondade possui uma coração pleno de calor para com todos. Da mesma forma como o sol brilha sem discriminação sobre todos os objetos no mundo, "Metta" ou "Maitri" permeiam todos os seres sem qualquer discriminação. Da mesma forma como o sol dissipa a escuridão, o amor bondade destrói a escuridão da raiva. Da mesma forma como alguns objetos absorvem melhor o sol do que outros, alguns seres vivos absorvem melhor o amor bondade do que outros. Os seres que absorvem mais amor bondade do que outros são aqueles que aprendem a relaxar devido ao seu Kamma.
O Buda cultivou metta tão potente que o fez amar o seu pior inimigo, Devadatta, que tentou matá-lo várias vezes. Ele amava o assaltante e assassino Angulimala, que também tentou matá-lo. Ele amava Dhanapala, um elefante que tentou matá-lo. Ele amava a todos da mesma forma como amava o seu filho Rahula. Quando Devadatta morreu, ao ir ter com o Buda, os monges perguntaram ao Buda qual seria o seu futuro. O Buda disse que no futuro ele se converteria num Buda silencioso. Assim é o amor bondade, guiado pela atenção plena, que nos permite viver em paz e harmonia.
O amor bondade ou metta não pode ser cultivado pela mera repetição de palavras de amor bondade. Esse tipo de repetição é muito parecido com a repetição de uma receita para um paciente num hospital ou de um cardápio para uma pessoa faminta em um restaurante. Repetir uma lista de coisas nunca irá produzir o resultado tangível das palavras da lista. O amor bondade é algo que tem que ser cultivado com intenção por nós mesmos nas nossas mentes.
O amor bondade é desenvolvido através da meditação. Quando a mente está relaxada, o meditador é capaz de perdoar e esquecer todas as ofensas que foram cometidas contra ele. A pessoa pode praticar metta através da meditação da tranqüilidade (samatha). Mas isso não dura para sempre porque a tranqüilidade que é alcançada é apenas temporária. O amor bondade cultivado através de vipassana, por outro lado, é perpétuo, porque os efeitos da meditação vipassana se enraízam profundamente na mente da pessoa. A meditação vipassana abranda a mente, e o amor bondade, cultivado em conjunto com o abrandamento da mente, irá lançar raízes profundas na mente.
Quem pratica a meditação vipassana vê a impermanência nas formas, sensações, percepções, formações mentais e consciência. Eles podem comparar as mudanças nesses agregados com aqueles das outras pessoas. Dessa forma eles não vêm nenhuma pessoa ou coisa com ódio. Se eles perguntarem a si mesmos quem eles odeiam, eles não irão encontrar nenhum indivíduo para odiar. Da mesma forma, eles não encontrarão nenhum indivíduo pelo qual possam cultivar o amor bondade. Tudo que eles percebem é o fenômeno do fluxo contínuo dos eventos que ocorrem a cada momento, consigo mesmo e com os outros. Isso os capacita a perdoar e esquecer as ofensas que outros agregados tenham cometido contra eles, ou seus amigos, ou parentes. A meditação demetta é o processo verdadeiro que genuinamente desenvolve as nossas nobres qualidades, que podem promover a paz e a felicidade. Não podemos inculcar amor bondade nas mentes das outras pessoas. Nem as outras pessoas podem fazer o mesmo conosco. Você não poderá inculcar amor bondade em mim pela força se o meu Kamma impedir minha mente de aceitá-lo. Cada um de nós precisa preparar o terreno para que o amor bondade se desenvolva e cresça dentro da nossa mente.
Você também deve tê-lo dentro de si antes que possa ensiná-lo aos outros, da mesma forma como você não pode ensinar algo para alguém se você não conhecer o assunto primeiro. Suponha que você tente ensinar algo para outras pessoas sem conhecer o assunto. Você irá passar por tolo. Quanto mais você conhecer o seu assunto, melhor será para ensiná-lo aos outros. Da mesma forma, quanto mais treinada for a sua mente na disciplina do amor bondade, melhor será para ensiná-la ao mundo como cultivá-la. É óbvio que você não precisa esperar até que o seu aprendizado e treinamento estejam completos para iniciar o seu ensino. Enquanto pratica o amor bondade você estará ganhando experiência prática. Você não poderá praticar no vazio. Tem que haver outros seres vivos para que você possa praticar de forma a ganhar experiência. Portanto, ao mesmo tempo que você treina praticando o amor bondade, estará também treinando os outros nessa prática. Enquanto ensina você aprende. Enquanto aprende você ensina.
Até mesmo os Bodisatvas, enquanto se empenham com vigor na própria salvação, ajudam o mundo. A sua prática os auxilia a alcançar a iluminação primeiro, para assim serem capazes de ajudar o mundo a alcançar o mesmo objetivo. Se eles ensinarem os outros a praticar o amor bondade sem que eles mesmos o pratiquem, eles não alcançarão a iluminação, nem serão capazes de ajudar os outros a praticar o amor bondade.
Cada um de nós precisa cultivá-lo por si mesmo e para si mesmo. Você não pode cultivá-lo pelos outros. Nem os outros podem cultivá-lo por você. Se eu prometer salvá-lo praticando o amor bondade sem que você o pratique, então somente eu livrarei a minha mente da má vontade, pois não serei capaz de livrar a sua mente desse estado negativo. Da mesma forma, se você cultivar o amor bondade para mim e eu cultivá-lo para você, então, ambos estaremos praticando. Eu não deveria esperar que você pratique o amor bondade por mim. Nem você deveria esperar que eu o pratique por você. Se você disser, "Não pratique o amor bondade que eu o farei por você", isso não funciona. Não diga "Como posso cultivar amor bondade por tal pessoa que me odeia?" Se você odeia quem lhe odeia, ambos estarão fazendo o mal. Ao fazer essa pergunta o que você está dizendo, em outras palavras é, "Como posso ser bom se os outros são maus?" Ou "Como posso evitar cometer crimes se os outros cometem crimes?" Você não pratica amor bondade porque os outros o cultivam. Você quer cultivá-lo justamente porque os outros não o cultivam.
Em última análise a prática do amor bondade depende do desenvolvimento espiritual e do Kamma da pessoa. As mentes de algumas pessoas possuem um Kamma tão desafortunado que para elas é quase impossível sonhar quanto à eficácia do amor bondade quanto mais praticá-lo, pois o seu Kamma impede que elas vejam o benefício do amor bondade. Se você for ensinar uma classe de alunos irá notar que o desempenho dos alunos não é igual. Mesmo gêmeos idênticos possuem desempenhos distintos. A individualidade é a forma de expressar o desenvolvimento emocional, intelectual, físico e espiritual condicionado pelo Kamma da pessoa. Nem mesmo o Buda pode interferir no Kamma de uma pessoa. Nós não somos criados iguais, nascemos diferentes uns dos outros de acordo com o nosso próprio Kamma que divide os indivíduos com qualidades superiores e inferiores. Se você praticar um ato com bom Kamma e desfrutar do seu resultado, eu não serei capaz de roubá-lo ou tomá-lo de você seja pela força ou por meios amigáveis. Se eu praticar o amor bondade para todos os seres poderei limpar a minha mente da raiva. Assim a prática do amor bondade se manifesta no meu comportamento. Começar a prática do amor bondade é começar a prática de bom Kamma, pois nenhum bom Kamma pode ser praticado sem amor bondade. Ao apresentar os Quatro Fundamentos da Atenção Plena o Buda disse aos meditadores que superassem a cobiça e a raiva e o motivo é que durante a prática da atenção plena o meditador irá encontrar muitos problemas com ambos, a cobiça e a raiva. Com freqüência as pessoas perguntam "Podemos eliminar a dor, o sofrimento e a raiva das outras pessoas através do cultivo interior de amor bondade?" Até mesmo o Buda é incapaz de erradicar a dor e o sofrimento de outras pessoas desejando-lhes a paz e a felicidade. O Buda disse: "Você precisa trabalhar a sua própria salvação. Os Budas apenas ensinam". Como cada indivíduo possui a sua parcela de Kamma, cada um tem que se dedicar para obter a sua própria salvação. Se pudéssemos eliminar o sofrimento dos outros desejando que eles se libertem da dor e do sofrimento, então fazer com que todo o mundo tivesse paz e felicidade seria muito fácil. Se isso fosse possível então da mesma forma, também deveria ser possível que uma pessoa vingativa destruísse todos os seus inimigos desejando-lhes: "Que eles sejam feios, que eles sintam dores, que eles não sejam prósperos, que eles não sejam ricos, que eles não sejam famosos, que eles não tenham amigos e que eles após a morte renasçam em estados miseráveis de existência". Na realidade, aqueles que fazem esses tipos de desejos inábeis é que poderão ficar feios, com dores, sem prosperidade, sem riqueza, sem fama, sem amigos e após a morte poderão renascer em um estado miserável de existência, porque eles cometem um Kamma ruim com a mente, por terem um desejo consciente cheio de raiva. Pensamentos ruins têm o poder de fazer com que os outros se sintam mal e bons pensamentos têm o poder de fazer com que se sintam bem.
Você pode se perguntar, "Se no sentido mais fundamental não existem seres, ou em nenhum sentido algum tipo de eu, ou se existem seres em um sentido condicional e a minha prática de amor bondade não elimina a sua dor e sofrimento, devido ao seu próprio Kamma, porque devo cultivar o amor bondade?" Você deve se lembrar que quando a sua mente está cheia de pensamentos ruins ou pensamentos cheios de raiva por exemplo, você fala de uma forma rude com a linguagem grosseira, praguejando, difamando e caluniando. Você fala de forma maldosa. Quando a sua mente está cheia de ódio, tudo que você vê gera dor; tudo que você ouve gera dor; tudo que você cheira gera dor; tudo que você come faz com que fique enfermo, tudo que você toca é desagradável para o corpo; e tudo que você pensa é doloroso. Você se torna vingativo. Você sempre fala mal dos outros, nunca vê nada de bom nos outros. Você se torna muito crítico. Você sempre encontra defeitos nos outros. Você nunca aprecia as coisas boas que eles fazem. Você estará enciumado todo o tempo. Você se torna muito arrogante, ingrato, malvado, com a mente muito mal intencionada. Você sempre pensa em causar dano aos outros. Você se delicia em ver os outros sofrerem, com problemas, com dificuldades. Você fica muito feliz em ver os outros fracassarem na vida. Assim o seu comportamento ultraja as pessoas. Facilmente você faz com que as outras pessoas se sintam mal. O seu comportamento será muito desagradável para as outras pessoas. Todos que estiverem ao seu redor sentirão nojo em ter que trabalhar com você. Elas ficarão com dor de estômago e dor de cabeça. Elas ficarão muito nervosas por estarem próximas de você. É assim que os seus pensamentos inábeis afetam as outras pessoas.
Por outro lado se a sua mente estiver plena com amor bondade, você irá falar de forma gentil, bondosa e amigável. Tudo que você ver será motivo para alegria; tudo que você ouvir será agradável. A sua comida terá um sabor melhor. Tudo que você tocar fará com que fique satisfeito. Tudo que você cheirar será agradável. Tudo que você pensar será muito agradável e tranqüilo. Você não medirá esforços para ajudar as outras pessoas. Você se tornará bastante compreensivo e circunspecto. Você terá muita paciência. Você se tornará muito amoldável. Você sempre dirá a verdade. Você sempre irá procurar agradar aos outros. Você estará preparado para esquecer o mal que lhe fizeram e perdoar as pessoas. Você sempre estará relaxado. Você não terá um riso falso e desnecessário, mas um sorriso amigável. Assim as pessoas irão amar trabalhar com você. Elas se sentirão confortáveis em sua companhia. As suas mentes também se tornarão suaves e gentis em relação a você. Elas protegerão você. Elas não falarão mal de você pelas suas costas mas, sim, bem. O seu nível de produtividade aumentará. A sua reputação aumentará.
Além disso, você poderá perguntar "Qual é o proveito de praticar o amor bondade para com todos os seres dizendo: ‘Todos os seres vivos que existem, fracos ou fortes, sem exceção, compridos, grandes, médios, curtos, sutis, grosseiros, visíveis e invisíveis, próximos e distantes, nascidos e por nascer: que todos os seres tenham os corações plenos de bem-aventurança!' Porque se deveria desejar, ‘Que ninguém engane ou despreze outrem, em nenhum lugar, ou devido à raiva ou inimizade deseje que alguém sofra. Tal qual uma mãe, colocando em risco a própria vida, ama e protege o seu filho, o seu único filho, da mesma forma, abraçando todos os seres, cultive um coração sem limites.’ Porque alguém deveria ‘Com amor bondade para todo o universo, cultive um coração sem limites: acima, abaixo e em toda a volta, desobstruído, livre da raiva e da inimizade. Quer seja parado, andando, sentado, ou deitado, sempre que estiver desperto, cultive essa atenção plena?'"
Algumas vezes, também, as pessoas se perguntam como podemos desejar para os nossos inimigos "Que os meus inimigos possam estar bem, felizes e tranquilos. Que nenhum mal lhes aconteça; que eles não enfrentem nenhuma dificuldade; que eles não enfrentem nenhum problema; que eles sejam sempre bem sucedidos. Que eles também tenham paciência, coragem, compreensão e determinação para enfrentar e superar as inevitáveis dificuldades, problemas e fracassos da vida?"
Precisamos lembrar que praticamos amor bondade para a purificação das nossas próprias mentes, da mesma forma que praticamos a meditação para alcançar a iluminação. Ao desenvolver amor bondade interiormente poderei me comportar de maneira mais amigável, sem preferências, preconceitos, discriminação ou ódio. O meu nobre comportamento permite que eu auxilie os demais seres condicionados, da forma mais prática, para reduzir a sua dor e o seu sofrimento. São as pessoas compassivas que se comportam de forma suave e gentil para fazer com que as pessoas ao seu redor se sintam confortáveis. Compaixão é a manifestação do amor bondade em ação, pois quem não possui amor bondade é incapaz de ajudar os outros. Comportamento nobre significa portar-se da forma mais cordial e amigável possível. O comportamento inclui os pensamentos, linguagem e ações corporais. Se houver contradições nessa forma tríplice de expressar o nosso comportamento, então existe algo de errado nele. O comportamento contraditório não pode ser um comportamento nobre. Se alguém fala de amor bondade mas se comporta de uma forma grosseira, ele/ela é hipócrita não é honesto/a.
Por outro lado, falando em termos pragmáticos, é muito melhor cultivar o nobre pensamento, "Que todos os seres sejam felizes" do que o pensamento "Eu o odeio". O pensamento nobre irá definitivamente encontrar a sua expressão no nosso nobre comportamento e o nosso pensamento maldoso irá encontrar a sua expressão no mau comportamento.
Precisamos lembrar que os nossos pensamentos são transformados em linguagem e ação de modo a alcançar o resultado esperado. A intenção ou pensamento traduzido em ação é capaz de produzir um hormônio positivo no nosso cérebro. Esse hormônio positivo age como um nutriente que alimenta e fortifica os nossos nervos. Quando os nossos nervos são estimulados com esse hormônio positivo eles se fortalecem. Esse hormônio positivo será também transportado através do nosso corpo pela circulação sanguínea, fazendo com que as nossas células sejam saudáveis. Os nervos e células saudáveis fazem com que o nosso corpo e mente sejam fortes e saudáveis.
Devemos sempre falar e fazer as coisas com atenção plena no amor bondade. Se, enquanto fala de amor bondade, você age ou fala de uma forma diametralmente oposta, você será repreendido pelos sábios. Na medida em que a atenção plena no amor bondade se desenvolve, os nossos pensamentos, palavras e ações se tornam gentis, agradáveis, relevantes, verdadeiros e benéficos para nós, bem como para os demais. Se os nossos pensamentos, palavras ou ações causam dano para nós, para os outros, ou ambos, então precisamos nos questionar se realmente estamos plenamente atentos ao amor bondade.
Em termos práticos, se todos os seus inimigos estivessem bem, felizes e tranqüilos, eles não seriam seus inimigos. Se eles estiverem livres de problemas, dores, sofrimento, aflições, neuroses, psicoses, paranóias, temores, tensões, ansiedades, etc., eles não serão mais os seus inimigos. A sua solução prática para os seus inimigos é auxiliá-los a superar os problemas deles, de forma que você possa viver em paz e feliz. Na verdade, se você pudesse, você deveria preencher as mentes de todos os seus inimigos com amor bondade e fazer com que todos eles realizem Nibbana, assim você poderia viver em paz e feliz. Quanto mais neuroses, psicoses, temores, tensões, ansiedades, etc eles tiverem, tanto mais problemas, dores e sofrimento eles poderão causar ao mundo. Se você conseguir converter uma pessoa má e cruel em uma pessoa pura e santa então você terá realizado um milagre que o Buda nos permitiu realizar. Cultivemos a sabedoria e o amor bondade nas nossas mentes para converter as mentes más em mentes santas.

http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/metta_bhanteg.php

Luz e amor
Lu Perez