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"A alma que não se abate, que recebe indiferentemente tanto a tristeza como a alegria, vive na vida imortal."Fonte - Bhagavad-Gita

domingo, 5 de novembro de 2017

Jñana Yoga


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Jñana-yoga é a yoga do conhecimento — não o conhecimento no sentido intelectual — mas o conhecimento de Brahman e do Atman e a realização de sua unidade. Enquanto o devoto que pratica o caminho do bhakti-yoga segue os apelos de seu coração, o jñani usa os poderes da mente para discriminar entre o real e o irreal, o permanente e o transitório.

Os jñanis, seguidores da vedanta não-dualista ou advaita vedanta, podem também ser chamados de monistas, pois afirmam a realidade única de Brahman. Certamente todos os seguidores da vedanta são monistas: todos os vedantistas afirmam a realidade única de Brahman. 

A diferença aqui reside na prática espiritual: enquanto todos os vedantistas são filosoficamente monistas, na prática, aqueles que são devotos de Deus preferem pensar em Deus distintos de si mesmos a fim de desfrutar da doçura de uma relação. 

Os jñanis, por outro lado, sabem que toda dualidade é ignorância. Não é necessário buscar a divindade fora de nós: nós mesmos já somos divinos.

O que nos impede de conhecer nossa verdadeira natureza e a natureza do mundo em nossa volta? O véu de maya. A jñana-yoga é o processo de desvelar completamente esse véu, rasgando-o por uma dupla abordagem.

A primeira parte da abordagem é negativa, o processo de neti, neti – isso não, isso não. Tudo o que irreal – isto é, impermanente, imperfeito, sujeito a mudança – é rejeitado. A segunda parte é positiva: tudo o que é entendido como perfeito, eterno, imutável – é aceito como real no sentido mais elevado.

Estaremos dizendo que o universo que percebemos é irreal? Sim e não. No sentido absoluto, é irreal. O universo e nossa percepção dele têm apenas uma realidade condicional, não definitiva. Voltando à nossa referência anterior à corda e à cobra: a corda, isto é, Brahman, é percebida como uma cobra, isto é, o universo tal como o percebemos. Enquanto estamos vendo a cobra, ela tem uma realidade condicional. Nossos corações palpitam em reação à nossa percepção. Quando vemos a “cobra” pelo que ela é, rimos de nossa ilusão.

Da mesma forma, tudo o que apreendemos por nossos sentidos, nossas mentes, nossos intelectos, é inerentemente limitado pela própria natureza de nossos corpos e mentes. Brahman é infinito; não pode ser limitado. Portanto, este universo de mudanças – de espaço, tempo e causação – não pode ser o infinito e onipresente Brahman. 

Nossas mentes estão restringidas por todas as condições possíveis; seja o que for que a mente e o intelecto apreendem não pode ser a infinita plenitude de Brahman. Brahman deve estar além do que a mente normal pode compreender; conforme declaram os Upanishads, Brahman está “além do alcance da fala e da mente”.

Ainda assim, o que percebemos não pode ser diferente de Brahman. Brahman é infinito, onipresente e eterno. Não pode haver dois infinitos; o que vemos a todo momento só pode ser Brahman; qualquer limitação vem somente de nossa percepção equivocada. Os jñanis vigorosamente removem essa percepção equivocada pelo processo negativo do discernimento entre o real e o irreal e pela abordagem positiva da Auto-afirmação.

Na auto-afirmação, continuamente afirmamos o que é real em nós mesmos: não somos limitados a um pequeno corpo físico; não somos limitados por nossas mentes individuais. Somos Espírito. Nunca nascemos; nunca morreremos. Somos puros, perfeitos, eternos e livres. Essa é a grande verdade a respeito de nosso ser.

A filosofia subjacente à Auto-afirmação é simples: você se torna o que você pensa. Temos nos programado por milhares de vidas para pensar que somos limitados, insignificantes, fracos e impotentes. Que mentira horrível e medonha é essa e quão incrivelmente autodestrutiva! É o pior veneno que podemos ingerir. Se pensamos que somos fracos, agiremos de acordo. Se pensamos que somos impotentes pecadores, sem dúvida agiremos de acordo. Se pensamos que somos Espírito – puros, perfeitos, livres – também agiremos de acordo.

Da mesma maneira que por inúmeras vezes martelamos os pensamentos errados em nossas mentes e criamos as impressões erradas, devemos reverter o processo martelando em nossos cérebros os pensamentos certos – pensamentos de pureza, pensamentos de força, pensamentos de verdade. Como declara o Ashtavakra Samhita, um texto advaita clássico: “Sou sem mácula, tranquilo, pura consciência, e além da natureza. Todo esse tempo fui enganado por ilusões.”

A jñana-yoga faz uso de nossos consideráveis poderes mentais para por fim ao processo de engano, para saber que somos já agora – e sempre fomos – livres, perfeitos, infinitos e imortais. Ao realizar isso, reconheceremos também nos outros a mesma divindade, a mesma pureza e perfeição. Não mais confinados às dolorosas limitações do “eu” e “meu”, veremos o único Brahman em todos os lugares e em todas as coisas. ( site Vedanta)

Namastê Lu Perez

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