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"A alma que não se abate, que recebe indiferentemente tanto a tristeza como a alegria, vive na vida imortal."Fonte - Bhagavad-Gita

sábado, 28 de maio de 2011

Ahimsá



Para: Papai e Mamãe


Ahimsá - A não violência

A primeira proscrições éticas de um bom praticante de Yoga. Devemos compreender que o voto de ahimsá não deve ficar limitado à esfera alimentícia, ou seja não matar animais e sim ser observado em todas as dimensões que compõe o que chamamos de ser racional. Ou seja evitar a violência verbal, explosões emocionais, dizer ou pensar mal dos outros, manipulações, rejeição. Em minha opinião, ahimsá é, antes de mais nada, um intenso treinamento de tapas, termo sânscrito que significa literalmente calor, arder, mas que comumente é traduzido como auto-superação, pois designa em um certo sentido, um controle sobre nossos condicionamentos. Por exemplo, as crianças aprendem, muito mais pela observação (e essa é uma das mais eficazes técnicas de ensino) que é normal e natural fofocar sobre a vida alheia, espargir maledicências sem necessidade, odiar o trabalho que nos dá sustento, reclamar o tempo todo de tudo e de todos, desejar que o outro esteja sempre um degrau abaixo de você, fazer mecanicamente o que não se gosta, e por final, aniquilar qualquer bichinho que cruze o nosso caminho (quem quando criança, nunca pisoteou uma formiga ou exterminou um tatu bola, simplesmente porque era o que todos faziam?). Enfim, todas as situações acima são graus diferentes da não observância de ahimsá. Portanto, para que as nossas crianças cresçam com a pureza sem perder a paz interna vamos dar um voto ao ahimsa, e que  seja realmente verdadeiro e transformador com relação aos animais, e todos os seres sem qualquer restrição ou pré-conceitos, passando por pensamentos, palavras, ações e hábitos. Não pense que a tarefa é fácil, pois não é, mas podemos ajudar essa crianças a viver um pouco melhor consigo mesmo.

Deixo uma historia para refletir...


O Avô e os lobos

Um velho avô disse ao neto, que veio a ele com raiva de um amigo o qual lhe havia feito uma injustiça.
“ Deixe-me contar-te uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que aprontaram tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra esses sentimentos.”
E ele continuou:
“ É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto e da maneira correta.”
“ Mas, o outro lobo, ah! Este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira. Ele briga com todos  o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva não irá mudar coisa alguma.
Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.”
O garoto olhou intensamente nos olhos do seu avô e perguntou: e qual deles vence, vovô?!
O avô sorriu e respondeu baixinho: Aquele que eu alimento mais freqüentemente.

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