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"A alma que não se abate, que recebe indiferentemente tanto a tristeza como a alegria, vive na vida imortal."Fonte - Bhagavad-Gita

domingo, 28 de janeiro de 2018

Milarepa - O santo do Tibet

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Jetsun Milarepa nasceu no século 11 e é um dos mais famosos yogues e poetas tibetanos.
Na obra O Mistério do Áureo Florescer, Samael Aun Weor comenta um pouco mais sobre o famoso santo tibetano Milarepa:
Milarepa foi uma dessas almas que se impressionam profundamente ao compreender a natureza transitória da mundana existência e os sofrimentos e misérias nos quais os seres se acham imersos.
Parecia-lhe que a existência, desde esse ponto de vista, era como uma enorme fogueira onde as criaturas viventes se consumiam.
Ante tal desconcertante dor, sentiu em seu coração que era incapaz de perceber algo da celestial felicidade desfrutada por Brahma e Indra nos céus, porém, muito menos sentia os gozos terrenais e as delícias próprias do mundo profano.
Por outra parte, sentiu-se profundamente cativado pela visão de imaculada pureza e casta beatitude, descritas no estado de liberdade perfeita e onisciência, alcançável no Nirvana, a tal ponto que ele não podia malgastar sua vida à procura de algo que desde longo tempo havia deixado, dedicando-se, com plena fé, profundidade da mente e coração cheio do onipenetrante Amor e à simpatia de todas as criaturas.

Perfeito Adepto de sobrenaturais poderes tátwicos, teve a graça de poder atravessar e visitar inumeráveis paraísos sagrados e céus dos Budas, onde pela virtude de seus oniabsorventes atos e nunca superada devoção, os Budas e Bodhisatvas que regem esses sacros lugares lhe favoreceram, permitindo-lhe expresar-se acerca do Dharma, santificando-lhe seu retorno pela visão desses mundos celestiais e permanência em tais moradas.

A Canção de Milarepa

Desde que a Graça do meu Senhor entrou em minha mente, Minha mente jamais se perdeu em distrações.
Acostumado a contemplar longamente o Amor e a Piedade,
Esqueci-me das diferenças entre mim e os outros.
Acostumado a meditar longamente sobre o meu Guru como uma auréola sobre minha cabeça,
Esqueci-me de tudo o que governa pela força e pelo prestígio.
Acostumado a meditar longamente sobre os meus Deuses Guardiões como inseparáveis de mim mesmo,
Esqueci-me da forma carnal inferior.
Acostumado a meditar longamente sobre as Seletas Verdades Sussurradas,
Esqueci-me de tudo o que é dito nos livros escritos e impressos.
Acostumado, como estou, ao estudo da Ciência Elementar,
Perdi o Conhecimento da Ignorância enganosa.
Acostumado, como fiquei, a contemplar os Três Corpos como inerentes a mim,
Esqueci-me de pensar na esperança e no medo.
Acostumado, como fiquei, a meditar sobre esta vida e a vida futura como uma só,
Esqueci-me do medo do nascimento e da morte.
Acostumado a estudar longamente, por mim mesmo, minhas próprias experiências,
Esqueci-me da necessidade de buscar as opiniões dos amigos e dos irmãos.
Acostumado longamente a aplicar cada nova experiência ao meu próprio crescimento espiritual,
Esqueci-me de todos os credos e dogmas.
Acostumado a meditar longamente sobre o Incriado, o Indestrutível e o Permanente,
Esqueci-me de todas as definições deste ou daquele Objetivo particular.
Acostumado a meditar longamente sobre todos os fenômenos visíveis como o Dharmakaya,
Esqueci-me de todas as meditações feitas pela mente.
Acostumado por muito tempo a manter minha mente no Estado Incriado de Liberdade,
Esqueci-me dos costumes convencionais e artificiais.
Acostumado por muito tempo à humildade, de corpo e de mente,
Esqueci-me do orgulho e das soberbas maneiras do poderoso.
Acostumado a olhar longamente o meu corpo carnal como o meu eremitério,
Esqueci-me do ócio e do conforto dos retiros nos mosteiros.
Acostumado por muito tempo a conhecer o sentido do Inexprimível,
Esqueci-me do modo de traçar as raízes dos verbos e a origem das palavras e das frases…
Possas tu, ó sábio, esboçar essas coisas em livros comuns.

Boa Reflexão
LU Perez

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