Livro: Parto Ativo
Autor: Janet Balaskas
Livro: A doula no parto
Livro : Nos estamos gravidos
Autores: Maria Tereza Maldonado, JÚlio Dickstein, Jean Claude Nahoum
Livro: O renascimento do Parto
Livro: A vida secreta da criança antes de nascer
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Entrevista com a obstetra - Dra. Betina Bittar
Médica obstetra, homeopata e acupunturista
1. É comum ouvir dizer que no primeiro trimestre a gestante deve evitar fazer ginástica e atividades físicas intensas. O que acha disso?
Os exercícios vigorosos não estão relacionados com o aumento de abortamentos, porém é interessante que a gestante evite exercícios como a aeróbica de alto impacto, pular ou qualquer outro movimento que exija grande resistência nos ligamentos, pois estes se encontram mais relaxados devido a embebição gravídica (aumento fisiológico do volume de líquidos dentro dos tecidos da gestante) e podem se deslocar com maior facilidade. Aquelas gestantes que nunca praticaram nenhum tipo de exercício, não devem iniciar com exercícios vigorosos; aquelas que já praticavam podem continuar, tomando cuidado com suas articulações. 2. Quais são os exames que você aconselha fazer ao longo da gestação?
Na primeira consulta de pré-natal são pedidos rotineiramente alguns exames para avaliar o estado de saúde materno que refletirá diretamente na saúde fetal.
- Através do hemograma avaliamos se existe anemia, algum tipo de infecção e se suas plaquetas estão normais; estas estão diretamente relacionadas com a coagulação do sangue.
- A glicemia de jejum avalia a presença ou tendência a apresentar diabetes durante a gestação.
- A tipagem sangüínea com fator Rh. No caso do Rh materno ser negativo é importante saber o Rh paterno, se o dele também for negativo paramos por aí, se o pai for Rh positivo precisamos solicitar um exame que se chama Coombs indireto mensalmente para a gestante, a fim de detectar a presença de anticorpos anti-Rh que têm o potencial de causar doença hemolítica no feto ou no recém nascido. As mães que têm Rh positivo não necessitam acompanhamento laboratorial.
- A urina I é solicitada sempre na primeira consulta e deve ser repetida no segundo e no terceiro trimestre de gravidez, mesmo que a paciente não tenha sintomas, pois, a infecção urinária pode ser assintomática na gestante, e sem tratamento pode evoluir para uma infecção nos rins ou provocar trabalho de parto prematuro.
- Sorologia para sífilis deve ser realizada a fim de detectar esta doença e tratá-la, evitando a transmissão para o feto. Este exame deve ser repetido posteriormente se houver desconfiança de contagio durante a gestação.
- Sorologia para toxoplasmose deve ser pesquisada a fim de detectar imunidade, ausência de contato com a doença ou doença ativa. No caso de presença de imunidade não é necessário repetir novamente este exame. Na ausência de contato com a doença este exame deve ser repetido a cada 2 ou 3 meses e a paciente deve ser orientada para evitar adquirir esta doença. No caso de doença ativa serão tomadas as providencias para o tratamento.
- Sorologia para HIV: no caso de positividade (deve ser repetido para confirmação) iniciar terapêutica adequada na mãe. Em pacientes que são do grupo de risco para adquirir esta doença o exame deve ser repetido a cada 3 meses.
- Sorologia para rubéola tem por finalidade detectar a presença ou ausência de imunidade contra esta doença, para orientar a gestante a evitar ou não o contato com pessoas contaminadas com esta doença.
- Sorologia para Hepatite B tem por finalidade detectar presença desta doença que pode em 25% dos casos ser transmitida para o feto durante ou após o parto. Portanto, deve ser instituído tratamento apropriado ao recém nascido em caso de positividade.
- O papanicolaou deve ser colhido naquelas pacientes cujo último exame tem mais de um ano para tratamento adequado.
3. O exame de ultra-som é hoje muito usado, alguns médicos têm o aparelho em seu próprio consultório. É um exame seguro? É necessário? Quanto e quando?
Quanto mais precocemente for realizado o ultra-som (US), mais fidedigno ele será para confirmar ou relatar a idade gestacional. Em torno de 12 semanas pode ser realizada a translucência nucal, que é uma medida da espessura da nuca do bebê, feita pelo US, e que, quando alterada, pode estar relacionada a alterações genéticas no feto. A partir das 20 semanas de gestação, o US perde a confiabilidade na avaliação da idade gestacional, porém é a partir desta idade que se pode realizar o US morfológico que é um exame que analisa detalhadamente a formação anatômica do bebê.
Em torno de 24 e 26 semanas o US pode avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias uterinas cujo resultado pode sugerir o aparecimento de uma hipertensão induzida pela gestação.
No ultimo trimestre, o US serve para avaliar a vitalidade fetal, ou seja, avaliar se o feto está bem oxigenado, bem alimentado, se está crescendo adequadamente, se o liquido amniótico está em quantidade normal, se respira, se tem movimentos acompanhados ou não de aceleração do coração, como está o fluxo sanguíneo no cérebro e no cordão umbilical,etc.
Como se pode ver, o US tem diversas funções específicas que deverão ser solicitadas por um profissional que saiba avaliar a necessidade de cada paciente. Cada gestante terá uma necessidade diferente, portanto na maioria das vezes todos estes exames não serão necessários. Numa gestação normal, de baixo risco eu aconselharia a fazer no máximo um US no início da gestação para confirmar a idade gestacional e um outro com 20 semanas para avaliar a formação anatômica do bebê, que não precisa necessariamente ser um US morfológico. Os outros exames só devem ser pedidos em situações específicas.
Quanto à segurança, o ultra-som tem se mostrado inofensivo ao feto e à gestante, porém não me parece interessante fazer muitos exames desnecessariamente.
4. Quando a amniocentese é necessária?
Existem algumas situações onde se realiza a amniocentese:
- Avaliação da maturidade do pulmão do bebê. Existem casos onde a saúde materna ou fetal depende da interrupção da gestação, e com a amniocentese podemos avaliar o momento em que existe a maturidade pulmonar do feto para podermos realizar o parto.
- Avaliação do cariótipo fetal, quando existe interesse por parte dos pais em saber se o feto tem alguma anomalia congênita. Em geral pais com idade em torno dos 40 anos têm maior chance de ter filhos com estas alterações.
- Esvaziamento de polihidrâmnio: quando existe aumento do volume de líquido amniótico, este pode ser esvaziado através da amniocentese.
- Avaliação da vitalidade fetal através da análise do líquido amniótico, se tem mecônio indica sofrimento fetal.
- Análise do líquido amniótico na isoimunização para instituição de outros tratamentos para o feto.
5. O que é a gravidez tubária e quanto é comum? Tem tendência a acontecer novamente? Pode prejudicar a gestação seguinte?
A gravidez tubária ou ectópica é aquela que se desenvolve em qualquer outro local que não seja dentro do útero. Ela pode ocorrer nas trompas, nos ovários, no abdome ou até no colo do útero.Tem uma incidência média de 1 em cada 100 gestações.O risco de uma mulher ter uma nova gestação ectópica é em torno de 7 a 15%. Se uma nova gestação ocorrer dentro do útero, a ectópica prévia não terá nenhuma implicação sobre esta nova gestação.
6. Qual via de parto é mais indicada quando a mulher tem HPV?
O HPV pode se manifestar através de verrugas na genitália interna e/ou externa, ou de pequenas lesões observadas através da colposcopia. Se não forem cuidadas estas pequenas lesões podem evoluir para um câncer no colo do útero ou na vagina (mais raro). A cesariana só é indicada em graus avançados da doença, como a existência de um câncer, do contrário pode-se tentar um parto normal, mesmo que no momento do parto existam verrugas.
7. Quais são os distúrbios mais freqüentes durante a gravidez?
As queixas mais comuns durante a gestação são as dores no baixo ventre, as dores lombares, as náuseas e vômitos, a azia, aumento do sono no início e insônia no final da gestação, a candidíase vaginal e as infecções urinárias.
8. A infecção urinária constitui um perigo para a gestação?
Qualquer infecção durante a gestação pode desencadear um trabalho de parto prematuramente. A gestante tem grande facilidade de desenvolver infecção do trato urinário (ITU) por fatores hormonais e mecânicos. Algumas vezes esta ITU pode ser assintomática e se não for tratada pode levar a um trabalho de parto prematuro ou a uma infecção dos rins, que é um quadro mais grave e necessita de internação para tratamento.
9. Gravidez após os 40 é perigosa para mãe e para o bebê? Quais os riscos?
Após os 40 anos a gestação é considerada de risco para a mãe e, conseqüentemente, para o bebê. Com esta idade, principalmente se for a primeira gestação da mulher, existe um risco aumentado de desenvolver uma hipertensão induzida pela gestação e diabetes gestacional. Além disso, existe uma chance maior da criança apresentar anomalias congênitas como a Síndrome de Down. Apesar das chances de desenvolver algum problema durante a gestação serem maiores nas mulheres com 40 anos, isso não significa que todas terão problemas. Acompanhei muitas mulheres que iniciaram sua prole a partir dos 40 anos e não tiveram problema algum em suas gestações, parto e amamentação.
10. As cólicas que muitas mulheres sentem durante a gestação são normais? O que fazer?
As gestantes costumam ter muitas dores, às vezes no baixo ventre, às vezes nas costas, às vezes nas pernas. Na verdade cada dor deve ser avaliada pelo profissional que acompanha o pré-natal, pois em alguns casos essas dores podem não ser “normais”. A dor tipo cólica geralmente deve ser bem avaliada quanto à intensidade, freqüência e localização, pois pode estar associada a contrações o que não é desejado no início da gestação; outro fator associado a estas dores pode ser a infecção urinária que deve ser tratada para evitar maiores complicações. Já aquela dor em peso, ou aquela relacionada a determinados movimentos ou posições que a mulher assume, em geral, são decorrentes do próprio crescimento do útero e do bebê. Sempre que qualquer dor ficar muito intensa ou muito freqüente deve ser avaliada. Com aquelas dores fraquinhas que vêm e vão sem nenhum ritmo, que apenas nos fazem lembrar que temos um útero, podemos ficar tranqüilas e esperar passar. Já as dores na região lombo-sacra podem ser amenizadas com alongamentos, e com exercícios como a caminhada ou a hidroginástica. É claro que existem outras possibilidades como uso de medicações tanto alopáticas quanto homeopáticas, acupuntura, fisioterapia, massagens e etc. O importante é lembrar que pequenas dores são comuns à gestação e não devem alarmar as mulheres.
11. Como uma mulher deve preparar-se caso queira ter um parto normal com o menor número de intervenções possíveis?
O fato de ela querer já é mais da metade do caminho andado, mas não é tudo.
Para que uma mulher possa viver seu parto de forma positiva, enriquecedora e consciente, ela deve se preparar física e emocionalmente. Seria interessante que procurasse informações a respeito de seu corpo, do processo da gestação, parto e pós-parto. Saber, não só sobre os eventos fisiológicos como também saber sobre as rotinas médicas e hospitalares. A falta de conhecimento sobre seu corpo, sobre sua sexualidade, sobre as normas e condutas médico-hospitalares somado à crença de que o médico é o único detentor de conhecimento faz com que a mulher se entregue submissa e deixe de ser a protagonista de seu parto e de seu corpo. Medos e crenças sobre a feminilidade, a sexualidade, a maternidade, o parto, a amamentação devem ser reconhecidos, expressos, questionados e se possível resolvidos. O conhecimento é uma forma de poder e ajuda a mulher a se posicionar ativamente frente às estruturas médico-hospitalares de modo a conseguir, durante a gestação e o trabalho de parto, entrar em contato com sua natureza feminina e, desta forma, permitir que as funções biológicas de seu corpo aconteçam da forma mais perfeita.
Além das questões emocionais, o físico também deve se preparar. As mulheres que mantém algum tipo de atividade física têm uma gestação menos dolorida e um parto mais rápido e menos doloroso. Uma simples caminhada diariamente, ficar de cócoras enquanto assiste a TV ou lê, fazer alongamentos para coluna e para região pélvica, nadar, fazer hidroginástica, enfim qualquer atividade é bem vinda.
Outra questão importante é praticar alguns exercícios respiratórios, pois estes são de grande valia durante o trabalho de parto, o yoga trabalha bastante com a respiração além de trabalhar também com a concentração que é importantíssima durante o parto.
Durante o dia procure parar suas atividades 1 ou 2 minutinhos, feche os olhos preste atenção em sua postura, em sua respiração, em seu bebê, mentalize algo de bom para vocês e depois prossiga seu trabalho. Faça isso algumas vezes durante o seu dia.
Aproveite a gestação para explorar sua sexualidade, pois o sexo é uma ótima oportunidade para conhecer seu corpo de maneira prazerosa.
As mulheres devem fazer um plano de parto dizendo tudo aquilo que desejam em seu parto, pós-parto e apresentá-lo ao profissional que a acompanha; a partir daí devem observar sua aceitação, e, se este se mostrar contrário, talvez seja melhor procurar um outro profissional.
Nós que somos mulheres civilizadas temos que nos esforçar para entrarmos em contato com nossa natureza intuitiva e para acreditarmos em nossa voz interna, pois é ela quem nos guiará em nosso caminho.
12. Por que certas mulheres sentem um aumento da libido durante a gestação e outras menos?
A vivência da sexualidade durante a gestação varia muito entre as mulheres. Grosso modo, aquelas que têm um aumento do desejo sexual em geral são aquelas que tinham medo de engravidar, mas como o fato da gravidez já está consumado, elas podem aproveitar este momento para se desinibir sexualmente.
A diminuição da libido pode estar associada a fatores sócio-culturais ou emocionais. A sociedade valoriza a gestante, porém a dessexualiza, a mulher grávida é vista como santa e por isso tanto o homem não deseja sua “santa” sexualmente, nem a própria mulher “santa” deseja fazer sexo. Imagens que ficam dentro de nós desde a infância podem interferir, como por exemplo, a idéia de que o sexo é uma coisa feia. Outro fato é o medo de machucar o bebê durante o ato sexual. Alguns se sentem envergonhados de praticarem a “coisa feia” na presença do bebê. Às vezes a relação do casal já não andava muito boa, a gravidez vem determinar a ruptura do casal sexualmente que em alguns casos chegam à separação. Na verdade existem muitas variáveis que podem influenciar na libido feminina e masculina durante a gestação.
13. Após quantos dias do parto pode-se fazer sexo?
Teoricamente a mulher deveria esperar 40 dias após o nascimento do bebê para retomar sua vida sexual, pois é este o tempo médio que o corpo da mulher leva para voltar as condições não gravídicas. Na prática, muitos casais reiniciam suas atividades sexuais antes deste período sem nenhuma conseqüência. Nos primeiros dias do pós-parto as mulheres em geral ainda estão sentindo o canal vaginal ou a cicatriz da cesárea e os cuidados com o bebê também são intensos, o que em geral não permiti um despertar da libido; mas assim que se sentir confortável e com vontade pode reiniciar suas atividades sexuais com delicadeza para testar a sensibilidade da vagina, principalmente após o parto vaginal. Lembrando sempre que deve tomar cuidado para não engravidar, principalmente se não estiver amamentando.
14. Você acha que a sexualidade pode mudar após a gestação e o parto? De que forma? Só para as mulheres ou para os homens também?
O pós-parto é um momento de crise para os casais, tudo está diferente na nova realidade. A mulher está muito cansada devido aos cuidados que precisa dar ao seu bebê, o marido por vezes se sente abandonado por sua esposa. As mulheres geralmente acham que seus maridos não estão participando o quanto deveriam. Alguns casais chegam à separação neste período. Eu costumo dizer para terem calma e esperar passar este momento, não é hora de tomar nenhuma decisão, mas de conversar para tentar um entendimento. No meio desta confusão o sexo só pode esfriar, numa boa parte dos casais estes problemas vão se amenizando e a vida sexual volta a normalizar. O que gostaria de deixar claro é que a falta de desejo é decorrente dos desentendimentos do casal e não por problemas anatômicos na mulher. Este quadro nem sempre se repete, alguns casais, pelo contrário, com o nascimento da criança entram numa sintonia maior e acabam por melhorar em muito suas atividades sexuais. Não existe uma regra.
1. É comum ouvir dizer que no primeiro trimestre a gestante deve evitar fazer ginástica e atividades físicas intensas. O que acha disso?
Os exercícios vigorosos não estão relacionados com o aumento de abortamentos, porém é interessante que a gestante evite exercícios como a aeróbica de alto impacto, pular ou qualquer outro movimento que exija grande resistência nos ligamentos, pois estes se encontram mais relaxados devido a embebição gravídica (aumento fisiológico do volume de líquidos dentro dos tecidos da gestante) e podem se deslocar com maior facilidade. Aquelas gestantes que nunca praticaram nenhum tipo de exercício, não devem iniciar com exercícios vigorosos; aquelas que já praticavam podem continuar, tomando cuidado com suas articulações. 2. Quais são os exames que você aconselha fazer ao longo da gestação?
Na primeira consulta de pré-natal são pedidos rotineiramente alguns exames para avaliar o estado de saúde materno que refletirá diretamente na saúde fetal.
- Através do hemograma avaliamos se existe anemia, algum tipo de infecção e se suas plaquetas estão normais; estas estão diretamente relacionadas com a coagulação do sangue.
- A glicemia de jejum avalia a presença ou tendência a apresentar diabetes durante a gestação.
- A tipagem sangüínea com fator Rh. No caso do Rh materno ser negativo é importante saber o Rh paterno, se o dele também for negativo paramos por aí, se o pai for Rh positivo precisamos solicitar um exame que se chama Coombs indireto mensalmente para a gestante, a fim de detectar a presença de anticorpos anti-Rh que têm o potencial de causar doença hemolítica no feto ou no recém nascido. As mães que têm Rh positivo não necessitam acompanhamento laboratorial.
- A urina I é solicitada sempre na primeira consulta e deve ser repetida no segundo e no terceiro trimestre de gravidez, mesmo que a paciente não tenha sintomas, pois, a infecção urinária pode ser assintomática na gestante, e sem tratamento pode evoluir para uma infecção nos rins ou provocar trabalho de parto prematuro.
- Sorologia para sífilis deve ser realizada a fim de detectar esta doença e tratá-la, evitando a transmissão para o feto. Este exame deve ser repetido posteriormente se houver desconfiança de contagio durante a gestação.
- Sorologia para toxoplasmose deve ser pesquisada a fim de detectar imunidade, ausência de contato com a doença ou doença ativa. No caso de presença de imunidade não é necessário repetir novamente este exame. Na ausência de contato com a doença este exame deve ser repetido a cada 2 ou 3 meses e a paciente deve ser orientada para evitar adquirir esta doença. No caso de doença ativa serão tomadas as providencias para o tratamento.
- Sorologia para HIV: no caso de positividade (deve ser repetido para confirmação) iniciar terapêutica adequada na mãe. Em pacientes que são do grupo de risco para adquirir esta doença o exame deve ser repetido a cada 3 meses.
- Sorologia para rubéola tem por finalidade detectar a presença ou ausência de imunidade contra esta doença, para orientar a gestante a evitar ou não o contato com pessoas contaminadas com esta doença.
- Sorologia para Hepatite B tem por finalidade detectar presença desta doença que pode em 25% dos casos ser transmitida para o feto durante ou após o parto. Portanto, deve ser instituído tratamento apropriado ao recém nascido em caso de positividade.
- O papanicolaou deve ser colhido naquelas pacientes cujo último exame tem mais de um ano para tratamento adequado.
3. O exame de ultra-som é hoje muito usado, alguns médicos têm o aparelho em seu próprio consultório. É um exame seguro? É necessário? Quanto e quando?
Quanto mais precocemente for realizado o ultra-som (US), mais fidedigno ele será para confirmar ou relatar a idade gestacional. Em torno de 12 semanas pode ser realizada a translucência nucal, que é uma medida da espessura da nuca do bebê, feita pelo US, e que, quando alterada, pode estar relacionada a alterações genéticas no feto. A partir das 20 semanas de gestação, o US perde a confiabilidade na avaliação da idade gestacional, porém é a partir desta idade que se pode realizar o US morfológico que é um exame que analisa detalhadamente a formação anatômica do bebê.
Em torno de 24 e 26 semanas o US pode avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias uterinas cujo resultado pode sugerir o aparecimento de uma hipertensão induzida pela gestação.
No ultimo trimestre, o US serve para avaliar a vitalidade fetal, ou seja, avaliar se o feto está bem oxigenado, bem alimentado, se está crescendo adequadamente, se o liquido amniótico está em quantidade normal, se respira, se tem movimentos acompanhados ou não de aceleração do coração, como está o fluxo sanguíneo no cérebro e no cordão umbilical,etc.
Como se pode ver, o US tem diversas funções específicas que deverão ser solicitadas por um profissional que saiba avaliar a necessidade de cada paciente. Cada gestante terá uma necessidade diferente, portanto na maioria das vezes todos estes exames não serão necessários. Numa gestação normal, de baixo risco eu aconselharia a fazer no máximo um US no início da gestação para confirmar a idade gestacional e um outro com 20 semanas para avaliar a formação anatômica do bebê, que não precisa necessariamente ser um US morfológico. Os outros exames só devem ser pedidos em situações específicas.
Quanto à segurança, o ultra-som tem se mostrado inofensivo ao feto e à gestante, porém não me parece interessante fazer muitos exames desnecessariamente.
4. Quando a amniocentese é necessária?
Existem algumas situações onde se realiza a amniocentese:
- Avaliação da maturidade do pulmão do bebê. Existem casos onde a saúde materna ou fetal depende da interrupção da gestação, e com a amniocentese podemos avaliar o momento em que existe a maturidade pulmonar do feto para podermos realizar o parto.
- Avaliação do cariótipo fetal, quando existe interesse por parte dos pais em saber se o feto tem alguma anomalia congênita. Em geral pais com idade em torno dos 40 anos têm maior chance de ter filhos com estas alterações.
- Esvaziamento de polihidrâmnio: quando existe aumento do volume de líquido amniótico, este pode ser esvaziado através da amniocentese.
- Avaliação da vitalidade fetal através da análise do líquido amniótico, se tem mecônio indica sofrimento fetal.
- Análise do líquido amniótico na isoimunização para instituição de outros tratamentos para o feto.
5. O que é a gravidez tubária e quanto é comum? Tem tendência a acontecer novamente? Pode prejudicar a gestação seguinte?
A gravidez tubária ou ectópica é aquela que se desenvolve em qualquer outro local que não seja dentro do útero. Ela pode ocorrer nas trompas, nos ovários, no abdome ou até no colo do útero.Tem uma incidência média de 1 em cada 100 gestações.O risco de uma mulher ter uma nova gestação ectópica é em torno de 7 a 15%. Se uma nova gestação ocorrer dentro do útero, a ectópica prévia não terá nenhuma implicação sobre esta nova gestação.
6. Qual via de parto é mais indicada quando a mulher tem HPV?
O HPV pode se manifestar através de verrugas na genitália interna e/ou externa, ou de pequenas lesões observadas através da colposcopia. Se não forem cuidadas estas pequenas lesões podem evoluir para um câncer no colo do útero ou na vagina (mais raro). A cesariana só é indicada em graus avançados da doença, como a existência de um câncer, do contrário pode-se tentar um parto normal, mesmo que no momento do parto existam verrugas.
7. Quais são os distúrbios mais freqüentes durante a gravidez?
As queixas mais comuns durante a gestação são as dores no baixo ventre, as dores lombares, as náuseas e vômitos, a azia, aumento do sono no início e insônia no final da gestação, a candidíase vaginal e as infecções urinárias.
8. A infecção urinária constitui um perigo para a gestação?
Qualquer infecção durante a gestação pode desencadear um trabalho de parto prematuramente. A gestante tem grande facilidade de desenvolver infecção do trato urinário (ITU) por fatores hormonais e mecânicos. Algumas vezes esta ITU pode ser assintomática e se não for tratada pode levar a um trabalho de parto prematuro ou a uma infecção dos rins, que é um quadro mais grave e necessita de internação para tratamento.
9. Gravidez após os 40 é perigosa para mãe e para o bebê? Quais os riscos?
Após os 40 anos a gestação é considerada de risco para a mãe e, conseqüentemente, para o bebê. Com esta idade, principalmente se for a primeira gestação da mulher, existe um risco aumentado de desenvolver uma hipertensão induzida pela gestação e diabetes gestacional. Além disso, existe uma chance maior da criança apresentar anomalias congênitas como a Síndrome de Down. Apesar das chances de desenvolver algum problema durante a gestação serem maiores nas mulheres com 40 anos, isso não significa que todas terão problemas. Acompanhei muitas mulheres que iniciaram sua prole a partir dos 40 anos e não tiveram problema algum em suas gestações, parto e amamentação.
10. As cólicas que muitas mulheres sentem durante a gestação são normais? O que fazer?
As gestantes costumam ter muitas dores, às vezes no baixo ventre, às vezes nas costas, às vezes nas pernas. Na verdade cada dor deve ser avaliada pelo profissional que acompanha o pré-natal, pois em alguns casos essas dores podem não ser “normais”. A dor tipo cólica geralmente deve ser bem avaliada quanto à intensidade, freqüência e localização, pois pode estar associada a contrações o que não é desejado no início da gestação; outro fator associado a estas dores pode ser a infecção urinária que deve ser tratada para evitar maiores complicações. Já aquela dor em peso, ou aquela relacionada a determinados movimentos ou posições que a mulher assume, em geral, são decorrentes do próprio crescimento do útero e do bebê. Sempre que qualquer dor ficar muito intensa ou muito freqüente deve ser avaliada. Com aquelas dores fraquinhas que vêm e vão sem nenhum ritmo, que apenas nos fazem lembrar que temos um útero, podemos ficar tranqüilas e esperar passar. Já as dores na região lombo-sacra podem ser amenizadas com alongamentos, e com exercícios como a caminhada ou a hidroginástica. É claro que existem outras possibilidades como uso de medicações tanto alopáticas quanto homeopáticas, acupuntura, fisioterapia, massagens e etc. O importante é lembrar que pequenas dores são comuns à gestação e não devem alarmar as mulheres.
11. Como uma mulher deve preparar-se caso queira ter um parto normal com o menor número de intervenções possíveis?
O fato de ela querer já é mais da metade do caminho andado, mas não é tudo.
Para que uma mulher possa viver seu parto de forma positiva, enriquecedora e consciente, ela deve se preparar física e emocionalmente. Seria interessante que procurasse informações a respeito de seu corpo, do processo da gestação, parto e pós-parto. Saber, não só sobre os eventos fisiológicos como também saber sobre as rotinas médicas e hospitalares. A falta de conhecimento sobre seu corpo, sobre sua sexualidade, sobre as normas e condutas médico-hospitalares somado à crença de que o médico é o único detentor de conhecimento faz com que a mulher se entregue submissa e deixe de ser a protagonista de seu parto e de seu corpo. Medos e crenças sobre a feminilidade, a sexualidade, a maternidade, o parto, a amamentação devem ser reconhecidos, expressos, questionados e se possível resolvidos. O conhecimento é uma forma de poder e ajuda a mulher a se posicionar ativamente frente às estruturas médico-hospitalares de modo a conseguir, durante a gestação e o trabalho de parto, entrar em contato com sua natureza feminina e, desta forma, permitir que as funções biológicas de seu corpo aconteçam da forma mais perfeita.
Além das questões emocionais, o físico também deve se preparar. As mulheres que mantém algum tipo de atividade física têm uma gestação menos dolorida e um parto mais rápido e menos doloroso. Uma simples caminhada diariamente, ficar de cócoras enquanto assiste a TV ou lê, fazer alongamentos para coluna e para região pélvica, nadar, fazer hidroginástica, enfim qualquer atividade é bem vinda.
Outra questão importante é praticar alguns exercícios respiratórios, pois estes são de grande valia durante o trabalho de parto, o yoga trabalha bastante com a respiração além de trabalhar também com a concentração que é importantíssima durante o parto.
Durante o dia procure parar suas atividades 1 ou 2 minutinhos, feche os olhos preste atenção em sua postura, em sua respiração, em seu bebê, mentalize algo de bom para vocês e depois prossiga seu trabalho. Faça isso algumas vezes durante o seu dia.
Aproveite a gestação para explorar sua sexualidade, pois o sexo é uma ótima oportunidade para conhecer seu corpo de maneira prazerosa.
As mulheres devem fazer um plano de parto dizendo tudo aquilo que desejam em seu parto, pós-parto e apresentá-lo ao profissional que a acompanha; a partir daí devem observar sua aceitação, e, se este se mostrar contrário, talvez seja melhor procurar um outro profissional.
Nós que somos mulheres civilizadas temos que nos esforçar para entrarmos em contato com nossa natureza intuitiva e para acreditarmos em nossa voz interna, pois é ela quem nos guiará em nosso caminho.
12. Por que certas mulheres sentem um aumento da libido durante a gestação e outras menos?
A vivência da sexualidade durante a gestação varia muito entre as mulheres. Grosso modo, aquelas que têm um aumento do desejo sexual em geral são aquelas que tinham medo de engravidar, mas como o fato da gravidez já está consumado, elas podem aproveitar este momento para se desinibir sexualmente.
A diminuição da libido pode estar associada a fatores sócio-culturais ou emocionais. A sociedade valoriza a gestante, porém a dessexualiza, a mulher grávida é vista como santa e por isso tanto o homem não deseja sua “santa” sexualmente, nem a própria mulher “santa” deseja fazer sexo. Imagens que ficam dentro de nós desde a infância podem interferir, como por exemplo, a idéia de que o sexo é uma coisa feia. Outro fato é o medo de machucar o bebê durante o ato sexual. Alguns se sentem envergonhados de praticarem a “coisa feia” na presença do bebê. Às vezes a relação do casal já não andava muito boa, a gravidez vem determinar a ruptura do casal sexualmente que em alguns casos chegam à separação. Na verdade existem muitas variáveis que podem influenciar na libido feminina e masculina durante a gestação.
13. Após quantos dias do parto pode-se fazer sexo?
Teoricamente a mulher deveria esperar 40 dias após o nascimento do bebê para retomar sua vida sexual, pois é este o tempo médio que o corpo da mulher leva para voltar as condições não gravídicas. Na prática, muitos casais reiniciam suas atividades sexuais antes deste período sem nenhuma conseqüência. Nos primeiros dias do pós-parto as mulheres em geral ainda estão sentindo o canal vaginal ou a cicatriz da cesárea e os cuidados com o bebê também são intensos, o que em geral não permiti um despertar da libido; mas assim que se sentir confortável e com vontade pode reiniciar suas atividades sexuais com delicadeza para testar a sensibilidade da vagina, principalmente após o parto vaginal. Lembrando sempre que deve tomar cuidado para não engravidar, principalmente se não estiver amamentando.
14. Você acha que a sexualidade pode mudar após a gestação e o parto? De que forma? Só para as mulheres ou para os homens também?
O pós-parto é um momento de crise para os casais, tudo está diferente na nova realidade. A mulher está muito cansada devido aos cuidados que precisa dar ao seu bebê, o marido por vezes se sente abandonado por sua esposa. As mulheres geralmente acham que seus maridos não estão participando o quanto deveriam. Alguns casais chegam à separação neste período. Eu costumo dizer para terem calma e esperar passar este momento, não é hora de tomar nenhuma decisão, mas de conversar para tentar um entendimento. No meio desta confusão o sexo só pode esfriar, numa boa parte dos casais estes problemas vão se amenizando e a vida sexual volta a normalizar. O que gostaria de deixar claro é que a falta de desejo é decorrente dos desentendimentos do casal e não por problemas anatômicos na mulher. Este quadro nem sempre se repete, alguns casais, pelo contrário, com o nascimento da criança entram numa sintonia maior e acabam por melhorar em muito suas atividades sexuais. Não existe uma regra.
Posturas de Yoga para gestantes
No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. Um pergunta ao outro:
- Você acredita na vida após o nascimento?
- Claro! Tem de haver algo após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
- Sei lá!.. Certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
- Que absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo apenas: não há vida após nascer, o cordão umbilical é muito curto.
- Certamente há algo. Pode ser apenas um pouco diferente do que estamos habituados aqui.
- Mas ninguém voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Não sei como será após o nascimento, mas acho que veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela nada disso existiria.
- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
- Mas às vezes quando estamos quietos, podemos ouvi-la cantando, sentimos, como nos afaga... Eu penso: a vida real nos espera e que agora estamos nos preparando para ela…
(autor desconhecido)
- Você acredita na vida após o nascimento?
- Claro! Tem de haver algo após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
- Sei lá!.. Certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
- Que absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo apenas: não há vida após nascer, o cordão umbilical é muito curto.
- Certamente há algo. Pode ser apenas um pouco diferente do que estamos habituados aqui.
- Mas ninguém voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Não sei como será após o nascimento, mas acho que veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela nada disso existiria.
- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
- Mas às vezes quando estamos quietos, podemos ouvi-la cantando, sentimos, como nos afaga... Eu penso: a vida real nos espera e que agora estamos nos preparando para ela…
(autor desconhecido)
Namastê!
Amor, luz
Lu
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